Consumo de alimentos ricos em açúcares adicionados pode aumentar o risco de cálculo renal
Recife, 26 de abril de 2024
Estudos apontam que 1 em cada 10 brasileiros vai desenvolver pedra nos rins pelo menos uma vez na vida. O problema é mais comum entre homens adultos, com idade entre 20 e 35 anos. O alerta é do médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron. “A falta de ingestão de água pode ser o principal causador do cálculo renal, mas não o único; a alimentação é um fator importante para o desenvolvimento da doença”, garante ele.
Dados coletados pela National Health na Nutrition Examination Survey, dos Estados Unidos, entre os anos de 2007 e 2018, indicaram que o consumo em excesso de açúcares adicionados, presentes em grande quantidade em ultraprocessados, como refrigerantes, doces, bolos, molhos de saladas, pães, entre outros, aumenta o risco de desenvolvimento do cálculo renal em 39%. “Evitar a alta ingestão de alimentos industrializados como os citados é fundamental para se manter saudável”, destaca Flávio Galindo.
“Ainda há a necessidade de mais pesquisas para entender bem essa correlação, no entanto, a informação já acende um alerta e deve ser motivo de atenção entre os profissionais de saúde e a população em geral. Além disso, existem alguns alimentos que devem ser evitados por quem deseja prevenir o cálculo renal ou por aquelas pessoas que já têm e estão tratando”, afirma o médico.
Dieta rica em líquidos e produtos alimentícios saudáveis ajudam a manter a saúde renal
O nefrologista Flávio Galindo também garante que é muito importante que as pessoas adotem uma dieta rica em líquidos e produtos alimentícios saudáveis para manter a saúde renal. De acordo com ele, deve-se ingerir de 2 a 3 litros de água por dia, além de consumir chás com propriedades diuréticas, suco de laranja ou limão, frutas e vegetais, cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura.“Assim como existem os alimentos que podem ser consumidos sem medo, também existem os outros, além dos ultraprocessados já mencionados, que até podem estar presentes no cardápio, mas com moderação. São eles, as carnes, uma vez que a proteína presente nos produtos de origem animal, principalmente na carne vermelha, aumenta a produção de ácido úrico, que faz parte da composição das pedras nos rins; bem como os carboidratos, que contribuem para o aumento de substâncias formadoras dos cálculos, como o oxalato e o ácido úrico”, esclarece Flávio Galindo.Por outro lado, o médico garante que o consumo desses alimentos não é totalmente proibido, mas eles devem ser ingeridos em menor quantidade ou com pouca frequência. “A palavra-chave é moderação. Pessoas com diagnóstico de cálculo renal devem buscar orientação de um nutricionista ou um nutrólogo para saber exatamente o que comer ou não e como preparar um cardápio de acordo com as suas necessidades”, finaliza Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron.