Nefrologista fala sobre ectopia renal: comum anomalia congênita do rim

Nefrologista fala sobre ectopia renal: comum anomalia congênita do rim

Nefrologista fala sobre ectopia renal: comum anomalia congênita do rim

Recife, 03 de maio de 2024

Ectopia renal é uma comum anomalia congênita do rim e ocorre durante o desenvolvimento fetal, por uma interrupção da migração embriológica dos rins. Você já ouviu falar? De acordo com a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron, trata-se de uma alteração genética que se caracteriza pelo posicionamento de um ou dos dois rins fora de sua localização habitual. A posição do rim fetal é na pelve e, durante o desenvolvimento, ocorre a ascensão do rim para a fossa renal retroperitoneal.

“A incidência das anomalias renais ectópicas e de fusão é incerta, uma vez que sua frequência varia de acordo com o modo de diagnóstico. Então, é difícil determinar um número com precisão, já que a maioria dos pacientes não apresenta sintomas e a maioria dos diagnósticos são realizados, coincidentemente, durante a realização de ultrassonografia pré-natal ou pós-natal de rotina”, explica Vivianne Pinheiro.  A médica acrescenta que algumas crianças desenvolvem sintomas em decorrência de complicações, como infecção urinária recorrente, cálculo renal ou obstrução urinária. Também o rim ectópico localizado no tórax ocorre raramente.

Ainda de acordo com Vivianne Pinheiro, o diagnóstico, assim como em outras doenças renais, pode ser feito através de um exame de ultrassonografia, cintilografia renal estática e/ou dinâmica ou outros exames radiológicos, como tomografia ou ressonância magnética. “Além disso, exames de sangue e urina podem identificar se os rins estão funcionando normalmente ou não”, garante ela.

Médica explica tipos de ectopia renal

 Segundo Vivianne Pinheiro, a ectopia renal ocorre quando o rim não normalmente sobe para a fossa renal retroperitoneal, que fica na altura da segunda vértebra lombar; e pode ser simples ou cruzada, a depender da localização do órgão, que pode ser em cima, abaixo ou do lado oposto da posição normal do rim no trato urinário. “Na ectopia renal simples, o rim, apesar de estar do lado certo do corpo, não subiu até a fossa retroperitoneal. No entanto, se o rim estiver cruzado para o lado oposto, trata-se de ectopia renal cruzada”, afirma.

“Outra possibilidade é de uma parte do rim ectópico encontrar-se fundido ao outro. A anomalia de fusão renal mais comum é chamada de rim em ferradura, em que ocorre a ectopia de ambos os rins e é mais comum em meninos. Esse nome foi dado porque, em 90% dos casos, a fusão acontece nos polos inferiores, lembrando a forma de uma ferradura. Na maior parte das vezes, os rins são drenados por dois ureteres e os dois rins funcionam de forma independente”, relata a médica Vivianne Pinheiro, explicando ainda que, assim como o rim ectópico, o rim em ferradura, na maioria das vezes, não provoca sintomas. “Quando surgem sintomas, os pacientes podem apresentar dor e/ou hematúria se evoluírem com obstrução, infecção urinária, refluxo ou cálculo”.

Saiba qual tratamento e seguimento para pacientes que têm rim ectópico

Segundo a nefrologista Vivianne Pinheiro, o tratamento só se faz necessário se, no rim ectópico, forem identificados obstrução ou refluxo vesicoureteral. “Na ectopia renal simples ou cruzada, o prognóstico é bom porque geralmente não evolui com perda de função renal. Já os pacientes com rins em ferradura têm um risco maior de evoluir com doença renal crônica”, destaca a médica.

A especialista alerta que pacientes com anomalias renais ectópicas ou de fusão devem ser acompanhadas periodicamente por um especialista. “O mais importante é o seguimento com ultrassonografia renal, dosagem laboratorial de creatinina e sumário de urina e aferição da pressão arterial. Em caso de obstrução ou refluxo vesicoureteral, pode ser necessária abordagem cirúrgica”, finaliza a nefrologista Vivianne Pinheiro, da Uninefron.

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