Maus hábitos alimentares e fatores genéticos podem contribuir para o cálculo renal em adolescentes

Maus hábitos alimentares e fatores genéticos podem contribuir para o cálculo renal em adolescentes

Maus hábitos alimentares e fatores genéticos podem contribuir para o cálculo renal em adolescentes

Recife, 08 de dezembro de 2023

Quando pensamos em cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, dificilmente associamos a uma doença que afeta crianças e adolescentes. Mas acontece, e de acordo com a nefrologista da Uninefron, Ângela Santos, esses casos são, a cada dia, mais comuns entre essa parcela da população. Mas o que causa esse problema nesse grupo, principalmente entre os jovens? “Além de fatores genéticos, obstrução do fluxo de urina e infecção renal, alguns hábitos frequentes na adolescência podem aumentar o risco de surgimento dessas pedras”, alerta a médica.

De acordo com Ângela Santos, entre as condutas mais frequentes na adolescência que podem aumentar o risco de surgimento de cálculo renal, estão a ingestão insuficiente de líquidos, uma dieta desequilibrada à base de fast food, o exagero no sal em alguns alimentos, ultraprocessados e excesso de refrigerantes “Por isso, é importante que os pais fiquem atentos aos hábitos e alimentação desses jovens”, ressalta ela.

Em muitos casos, a doença é assintomática ou com o surgimento demorado dos sintomas. “O sinal mais comum do problema é o início súbito de dores nas costas e laterais. A dor geralmente é constante e intensa, podendo muitas vezes provocar náuseas e vômitos”, afirma Ângela Santos, acrescentando que o cálculo renal usualmente se forma primeiramente no rim, antes de passar para os tubos de ligação entre o rim e a bexiga.

Exames de ultrassom e raio-x ajudam a confirmar o diagnóstico definitivo

A médica Ângela Santos alerta que, embora a localização, a intensidade da dor e a presença de sangue na urina sejam sugestivos de cálculo renal, o diagnóstico definitivo baseia-se em exames de ultrassom e raio-x. “Com essa análise, é possível identificar a localização das pedras e, caso exista dúvida na conduta ou procedimento à ser realizado, o paciente poderá fazer uma  tomografia computadorizada para melhor definição dos cálculos. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, garante ela.

De acordo com a nefrologista, existem algumas possibilidades de tratamento para o cálculo renal. “Nos casos em que os cálculos têm tamanho inferior a cinco milímetros, e sem nenhum fator obstrutivo da via urinária, será necessária apenas uma boa hidratação, prescrição de analgésicos para aliviar a dor e aguardar a eliminação natural das pedras. Isso acontece em 90% dos pacientes. No entanto, se a expulsão espontânea não ocorrer e os sintomas persistirem, será preciso realizar uma intervenção hospitalar”, relata Ângela Santos.

Após a eliminação do cálculo, é importante seguir algumas orientações para prevenir a reincidência. De acordo com a médica, além da ingestão de água, cerca de 30 a 35 ml por quilo /dia, recomenda-se a adoção de uma alimentação equilibrada, com menor teor de sal e evitar o excesso de proteína na alimentação ou suplementos proteicos. “Importante fugir do aporte frequente de vitamina C (ácido ascórbico), pois aumentam a acidificação da urina, que pode induzir ao aumento da cristalização e formação das pedras. Importante ainda manter a prática de exercícios físicos periódicos. Por isso, é preciso educar os jovens para que eles tenham consciência da importância de alguns hábitos, ajudando na prevenção da formação de cálculos renais, e que eles estejam sob a constante vigilância e cuidado de seus responsáveis”, conclui Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.

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