Lesões na pele, cabelos e unhas podem indicar doença renal crônica
Recife, 15 de setembro de 2023
A doença renal crônica (DRC) pode se manifestar de diversas formas. Alguns dos sintomas mais comuns são: cansaço, inchaço nos olhos, pés e tornozelos, vontade de ir ao banheiro várias vezes durante a noite, mau hálito, mal-estar, urina com sangue, pressão alta e anemia. Mas você sabia que o problema também acarreta danos à pele, ao cabelo e às unhas? Isso porque, segundo o nefrologista da Uninefron, Rafael Pacífico, quando existe um dano parcial ou total da função renal ou até mesmo da estrutura dos rins, todos os tecidos e sistemas do corpo são afetados.
De acordo com Rafael Pacífico, uma pessoa com disfunção renal pode sofrer com a pele ressecada. Essa condição é conhecida como xerose cutânea e atinge até 80% dos casos. Além disso, diabetes e hipertensão arterial podem contribuir para a piora desse ressecamento. “Em estágios mais avançados da doença renal, alguns pacientes apresentam coceira intensa na pele, o chamado prurido renal. Em alguns deles, a coceira é tão intensa que impacta na rotina e qualidade de vida”, esclarece.
O médico também explica que a cor da pele é alterada na DRC. “Devido à anemia crônica, há palidez em cerca de 60% dos pacientes renais, com a pele exibindo um tom amarelo-acinzentado. Manchas na pele (hiperpigmentação) também são usuais em consequência da retenção de metabólitos proteicos, que normalmente são eliminados pelos rins e são responsáveis pela absorção da luz solar e ativação de células responsáveis pela pigmentação”.
Manifestações cutâneas podem estar relacionadas ao processo que causa a falência renal
Ainda de acordo com o médico Rafael Pacífico, todas essas manifestações cutâneas podem estar relacionadas ao processo que causa a falência renal, ao estado urêmico, às medidas terapêuticas empregadas no paciente, aos medicamentos e ao tratamento de diálise. “Além dos impactos na pele, os cabelos dos pacientes com insuficiência renal são, normalmente, mais ressecados, quebradiços e predispostos à queda. Isso ocorre em decorrência da atrofia das glândulas sebáceas e do acúmulo de alguns metabólitos. As unhas sofrem com uma mudança de coloração, ficando uma parte branca e outra marrom ou rosada”, explica.
Na maioria dos casos, os sintomas não são graves, mas a intervenção é necessária, visando ao bem-estar do paciente. “Com um acompanhamento multidisciplinar, que envolve um nefrologista e um dermatologista, essas lesões podem ser tratadas com hidratantes, protetor solar, assim como com remédios em creme, corticoides e produtos para cabelos e unhas”, finaliza o médico Rafael Pacífico, da Uninefron.