Mitos e Verdades  da Doença Renal Crônica

Mitos e Verdades  da Doença Renal Crônica

Mitos e Verdades  da Doença Renal Crônica

As estimativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam que, no Brasil, mais de 120 mil pessoas têm insuficiência renal. Dados da SBN também indicam que só em 2017 foram realizados 5,7 transplantes de rim  no país, quantidade que vem aumentando, em média, 10% a cada ano. Apesar dessa realidade, a maior parte da população desconhece a importância de rins saudáveis para a funcionalidade de todos os órgãos.

De acordo com o diretor da Uninefron, o nefrologista Mário Henriques, a doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo. “O prognóstico ainda é ruim e os custos do tratamento são altíssimos, o que dificulta bastante para a população de baixa renda; consequentemente, o quadro evolui para complicações sérias, como a perda  completa da função renal e até mesmo o óbito. Estudos recentes indicam que essas situações podem ser prevenidas ou retardadas se a doença renal crônica for diagnosticada precocemente, e se medidas nefro e cardioprotetoras forem implementadas o mais rápido possível”, afirmou o especialista.

Para ajudar a esclarecer o que é mito e verdade sobre a DRC, separamos algumas situações cotidianas que podem indicar ou agravar o problema:

Hipertensão arterial e diabetes são fatores de risco para doença renal?

VERDADE – A hipertensão arterial e o diabetes são as principais causas da insuficiência renal crônica. Como na maioria das vezes essas doenças podem evoluir assintomáticas, tornando-se as grandes vilãs da doença renal crônica, por afetarem os vasos sanguíneos não só dos rins, como de todo o organismo.

Sal em excesso colabora para a formação de cálculos renais?

VERDADE – Consumir sal em excesso contribui para uma maior eliminação de cálcio no organismo e, consequentemente, sua concentração nos rins – o que pode incentivar a formação de pedras. Isso ocorre principalmente se a pessoa não fizer uma ingesta de água suficiente.

As arboviroses podem desencadear problemas renais?

VERDADE – As arboviroses podem acometer os rins, desencadeando tanto nefrites com quadros de insuficiência renal aguda quanto a evolução progressiva para estágios crônicos nos pacientes e a necessidade de  hemodiálise. E pelas dores articulares e musculares, tais quadros limitam mais ainda a mobilidade desses pacientes.

Pacientes renais crônicos podem ingerir água à vontade?

MITO – O acúmulo de líquidos é um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes renais crônicos, muitas vezes, provocando aumento da pressão arterial e dos edemas no corpo.  Por isso, é muito importante que o paciente seja sempre acompanhado por um médico nefrologista e um nutricionista, que orientará o volume correto de consumo de líquido para cada pessoa.

A carambola afeta a saúde de pessoas com problemas renais?

VERDADE – Apesar de possuir muitos nutrientes e vitaminas, a carambola também possui um lado ruim, principalmente, para os pacientes com problemas renais crônicos. A fruta tem a enzima caramboxina, que não é filtrada pelos rins não saudáveis. Tal toxina pode atingir o cérebro e ocasionar vômitos, confusão mental, agitação psicomotora e convulsões. Esse quadro exige hemodiálise de urgência para reversão, sob o risco de óbito. Pessoas com propensão à formação de cálculos renais por ácido oxálico também devem evitar o consumo da fruta.

O chá de quebra-pedra ajuda a eliminar o cálculo renal?

Verdade – O chá de quebra-pedra pode exercer ações benéficas contra a formação do cálculo renal, entre elas, a diminuição da aglomeração dos cristais presentes na urina, condição necessária para a formação da pedra.   Assim, contribui para a prevenção da formação de pedras nos rins e o aumento da eliminação de cálculos, incluindo relaxamento ureteral, o que torna os cálculos mais homogêneos e menos espiculados, facilitando sua eliminação e reduzindo os fragmentos residuais após a litotripsia.

Tomar leite ajuda a formar cálculo renal?

MITO – Como os cálculos são formados basicamente por cálcio, há a ideia  incorreta de parar o consumo de queijos, leite e iogurte, fontes do mineral. Vale ressaltar que essa dieta restrita pode provocar a osteoporose e trazer mais prejuízos para a funcionalidade renal.

Quem já teve cálculo renal é certo de que terá de novo?

MITO – De cada 100 pessoas que tiveram cálculo, 50 terão novamente em dez anos. Existe, sim, a prevenção: comer menos proteína (carnes, salsicha, bacon, mortadela, salame e linguiça), usar menos sal na comida e beber muito mais água.

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