Diálise – conheça os tipos de acesso vascular e os cuidados com cada um deles

Diálise – conheça os tipos de acesso vascular e os cuidados com cada um deles

Diálise – conheça os tipos de acesso vascular e os cuidados com cada um deles

Recife, 22 de março de 2024

Você sabe o que é o acesso vascular? Trata-se do dispositivo através do qual o sangue é retirado e devolvido ao organismo do paciente durante uma sessão de hemodiálise. Os acessos podem ser permanentes (fístulas arteriovenosas nativas ou próteses) ou provisórios (cateteres de curta permanência ou de longa permanência).  O acesso permanente mais comum nos doentes hemodialisados é a fístula arteriovenosa (FAV). Cada tipo de acesso possui indicações e cuidados específicos”, relata o médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron.

De acordo com o especialista, antes de falar sobre os cuidados, é importante explicar como cada um funciona.  “A fístula arteriovenosa nativa consiste numa ligação entre uma veia e uma artéria construída cirurgicamente, causando o aumento do fluxo de sangue na veia, tornando-a mais forte. Isso facilita as repetidas introduções da agulha para os tratamentos de diálise. O alargamento e o fortalecimento da fístula para a introdução da agulha são um processo conhecido como maturação da fístula, que demora, em média, de quatro a seis semanas para ser concluído”, esclarece Flávio Galindo.

Outro meio, também colocado cirurgicamente, é a prótese. O nefrologista Flávio Galindo explica que, neste caso, um material cirúrgico em forma de tubo é colocado no interior do braço ou da coxa, por baixo da pele, sendo um extremo ligado a uma veia e outro a uma artéria. Essa prótese será, então, puncionada com agulhas de hemodiálise.  “Após o procedimento, a prótese levará entre três e quatro semanas para estar pronta e então a diálise poderá ser iniciada”, completa ele.

Já os acessos provisórios são cateteres venosos centrais. Trata-se de um tubo em forma de Y, com a ponta na câmara cardíaca, em duas vias, permitindo a saída e o retorno do sangue. Ele é introduzido, através da pele, em uma veia com grande diâmetro, geralmente no pescoço ou na coxa. Os ramos do cateter ficam para fora da pele. Eles possuem pinças que, após cada uso, são fechadas. “Existem dois tipos de cateteres: os de curta duração, que são indicados para início de hemodiálise, em casos de urgência e devem ser utilizados pelo menor tempo necessário; e os de longa permanência (também conhecidos como permcaths), que são destinados aos pacientes que não possuem veias viáveis para a construção de fístulas ou próteses, ou em casos de disfunção destes acessos”, detalha Flávio Galindo.

O especialista destaca que, independentemente do tipo, é imprescindível manter o acesso venoso em boas condições. Isso porque problemas no acesso são uma causa importante de mortalidade dos doentes e também uma das causas de internamentos.

Os cuidados com o acesso vascular

O médico Flávio Galindo também explicou os cuidados que profissionais e pacientes devem ter com o acesso vascular na hora da diálise. “No caso da fístula ou prótese, deve-se ter as seguintes precauções: antes da diálise, as mãos e a fístula/prótese devem ser bem lavadas com água e sabão e secadas com papel toalha. Além disso, não se deve cobrir o local após lavar, também não se deve cobrir o local durante a diálise. Nesse período, o paciente deve pedir ajuda para se alimentar e se movimentar na poltrona. O curativo deve ser mantido por 6 a 8 horas após a finalização da diálise. Após esse período, o curativo pode ser retirado e o local do acesso lavado com água e sabão. Em caso de sangramento, pressionar com gaze estéril. Se persistir, procurar um hospital e, em caso de mau funcionamento da fístula, inchaço, vermelhidão ou dor, dirigir-se à clínica de hemodiálise onde o tratamento será orientado”, alerta ele.

Já no caso do cateter venoso central, de acordo com Flávio Galindo, é importante ter alguns cuidados em casa: manter uma boa higiene no local, evitar molhar o curativo e evitar traumatizar ou tracionar o local; durante a sessão, o cateter deve estar descoberto; as vias do cateter devem receber uma proteção após a diálise; e o curativo não deve ser removido em casa. Ele é trocado semanalmente (ou de acordo com a necessidade) pelo enfermeiro da clínica. Para finalizar, o nefrologista da Uninefron afirma que qualquer conduta nos cuidados do acesso vascular e no tratamento de diálise deve ser realizada com base nas orientações dos profissionais da unidade de saúde onde o tratamento é realizado. “Em caso de dúvidas, procure o seu médico”, orienta Flávio Galindo.

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