No Dia Nacional do Diabetes estudo aponta que exercício físico pode proteger os rins dos danos provocados pela doença

No Dia Nacional do Diabetes estudo aponta que exercício físico pode proteger os rins dos danos provocados pela doença

No Dia Nacional do Diabetes estudo aponta que exercício físico pode proteger os rins dos danos provocados pela doença

Recife, 29 de junho de 2023

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou que manter uma rotina de exercícios físicos pode proteger os rins de danos provocados pelo diabetes, uma das principais causadoras de insuficiência renal. A doença foi lembrada em todo o território nacional no último dia 26, quando ocorreu o Dia Nacional do Diabetes. O nefrologista Mário Henriques, da Uninefron, afirma que essa relação – apontada pela pesquisa – ocorre por causa da liberação do hormônio irisina, que possui propriedade anti-inflamatória e de proteção natural dos rins.

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde – BVS, o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos.  A estimativa é de que a doença em 2030 alcance 21,5 milhões de pessoas. Ainda de acordo com o médico, o estudo, publicado na revista científica Scientific Reports, foi realizado em oito semanas com três grupos de camundongos: um de animais saudáveis, um de animais diabéticos sedentários e outro com diabéticos que praticavam exercícios físicos em uma esteira rolante. Posteriormente, ele foi confirmado em células humanas.

Mário Henriques afirma que o experimento identificou aumento na produção de irisina no tecido muscular e na circulação sanguínea durante a prática dos exercícios físicos. “Esse hormônio é um mensageiro químico que, ao ter sua produção aumentada na circulação sanguínea, confere nefroproteção”, explicou o nefrologista.

Ele também conta que a irisina facilita o gasto calórico diário, condição que pode auxiliar no processo de redução de peso corporal e no controle da obesidade, que também são fatores prejudiciais à saúde renal. O estudo identificou, ainda, o aumento da enzima AMPK nos rins. Essa proteína atua como sensor metabólico das células e também protege os rins.

Em outra etapa do estudo, os pesquisadores injetaram no terceiro grupo de animais um bloqueador de irisina, que resultou na diminuição dos efeitos positivos para os rins, mesmo com a prática de exercícios. Mário Henriques explica que os cientistas entenderam a relação entre as duas situações.

“Essa fase do experimento concluiu que a falta de irisina acabou com os efeitos protetivos causados pelos exercícios aos rins diabéticos”, declarou o nefrologista, contando que o experimento também foi realizado com células renais humanas em um cenário que simulava o diabetes. Segundo ele, o resultado foi o mesmo: a presença da irisina ativa a enzima AMPK, que protege os rins.

“A conclusão é que, aparentemente, o aumento da irisina no músculo exercitado ativa a enzima AMPK, que bloqueia os mecanismos de fibrose renal, condição de inflamação crônica que pode fazer com que os rins percam sua função. Sendo assim, as atividades físicas se tornam uma importante aliada da saúde renal. Lembro ainda que novos estudos serão necessários para confirmar os dados obtidos”, finalizou Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.

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