Mês de combate à hepatite: comprometimento do fígado também pode afetar os rins
RECIFE, 14 de julho de 2023
A campanha Julho Amarelo foi instituída no Brasil em 2019, por meio da Lei nº 13.802, e tem como objetivo reforçar as ações de vigilância e conscientização a respeito das hepatites, infecção que atinge o fígado e pode causar alterações leves ou graves, como câncer e cirrose. Segundo o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron, muitas pessoas não sabem, mas quando o indivíduo tem insuficiência hepática, os rins também podem ser afetados devido a alterações na circulação sanguínea.
“Sabemos que cada um de nossos órgãos tem sua própria função, mas o organismo humano é uma máquina que funciona em harmonia. Sendo assim, prejuízos a um podem influenciar outros. No caso do fígado, os problemas que podem comprometer a saúde renal são as hepatites crônicas, que são inflamações graves no fígado”, aponta o nefrologista.
Rafael Pacífico diz que pacientes com hepatites podem evoluir a condição para uma cirrose, que se caracteriza pelo surgimento de fibrose e formação de nódulos que bloqueiam a circulação sanguínea. “É neste momento que os rins podem ser afetados”, alerta.
Ainda de acordo com o médico, “caso a circulação sanguínea esteja comprometida, os rins, que têm por natureza a função de filtrar o sangue, podem encontrar dificuldade na hora de realizar a filtração e separar os resíduos do excesso de líquido. A longo prazo, esse prejuízo pode se agravar até uma insuficiência renal”, esclarece Rafael Pacífico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 milhões de pessoas são infectadas anualmente pelos vírus das hepatites B e C, e 1,4 milhão, pelo vírus da hepatite A. Segundo o nefrologista, as doenças hepáticas também podem ocasionar o surgimento de inflamações renais, chamadas de glomerulonefrites, que também prejudicam a capacidade dos rins de filtrar o sangue. “Outro problema que pode surgir em decorrência de problemas hepáticos é a síndrome hepatorrenal. Esse quadro clínico é considerado grave devido à rápida deterioração das funções renais”, ressalta.
“A transmissão da hepatite pode acontecer em diversas situações, como em relações sexuais sem proteção, contaminação sanguínea ou por contato com fezes infectadas, uso de álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Lavar bem as mãos e os alimentos, ingerir somente água filtrada, usar preservativos e consumir bebidas alcoólicas moderadamente podem ser métodos eficazes de proteção contra a doença”, recomenda o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron.