A importância dos cuidados paliativos em pacientes com doenças renais

A importância dos cuidados paliativos  em pacientes com doenças renais

A importância dos cuidados paliativos em pacientes com doenças renais

Recife, 18 de agosto de 2023

Quando se fala em cuidados paliativos, infelizmente pelos paradigmas antigos, muitas pessoas imaginam recomendações ligadas a um estado de saúde terminal, desconhecendo que existem outros cuidados que poderiam ser realizados junto aos pacientes, evitando assim ansiedade e inquietação para eles e seus familiares. Nesse sentido, a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, explica que essa abordagem está voltada à promoção da qualidade de vida das pessoas, entre as quais, portadores de doenças renais crônicas. “Nesses casos, os cuidados paliativos devem ser vistos como um tratamento positivo e acolhedor, não mais oferecido para a doença, mas sim para o doente”, garante.

Ângela Santos esclarece que os cuidados paliativos consistem em um trabalho realizado para melhorar o bem-estar de pessoas que enfrentam doenças crônicas, com o objetivo de aliviar sua dor e sofrimento Segundo o Atlas de Cuidados Paliativos da Organização Mundial da Saúde (OMS), 58,6 milhões de pessoas necessitavam de cuidados paliativos no mundo em 2021.

“A medicina paliativa inclui uma equipe multidisciplinar, que vai estabelecer medidas que possam aliviar o sofrimento da pessoa doente e também da sua família. Sendo assim, cada caso vai exigir serviços específicos, a depender da necessidade do paciente”, explicou Ângela Santos.

Em relação a pacientes renais, ela cita como exemplos de cuidados paliativos o acompanhamento psicológico, nutricional e fisioterápico. “No caso de indivíduos em tratamento dialítico, podem-se recomendar avaliações regulares, planejamento detalhado e individualizado do tratamento e personalização das sessões”, garante a médica.

Nesses cuidados centrados no paciente, a nefrologista acrescenta que, “em alguns casos, há a possibilidade de realização de hemodiafiltração incremental, diálises paliativas para controle dos sintomas e até descontinuação da diálise, quando necessário ou quando for do desejo do paciente”, apontou.

Questões sociais e psicológicas são relevantes no processo

Para a médica Angela Santos, questões sociais e psicológicas também devem ser levadas em consideração. “Por isso também admitimos como cuidados paliativos a manutenção de uma comunicação clara e acolhedora, a avaliação regular de sintomas e a participação ativa do paciente e familiares na tomada de decisões, fazendo com que eles se sintam parte ativa do tratamento”, conta a especialista.

Acrescenta ainda que os sintomas que impactam a condição física de pacientes com doenças renais em progressão até o estágio avançado devem receber atenção nesses momentos. Esses indivíduos podem apresentar cansaço, dor, distúrbios do sono, então, à medida que a doença avança, esses cuidados são aprimorados de forma empática e compassiva para acompanhar essa progressão.

“O grande alvo é aperfeiçoar o bem-estar desse paciente, ajudando tanto na parte física quanto na emocional. E para isso, é fundamental que as ações sejam iniciadas no começo do tratamento e continuem ao longo dessa trajetória. Um outro ponto importante do cuidado paliativo diz respeito ao acompanhamento no fim da vida e até após a morte, quando a equipe também se torna responsável por trabalhar o luto da família daquele paciente, entendendo e acolhendo ao longo de todo o processo do cuidar único”, finalizou a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.

Topo