Síndrome de Alport: conheça o distúrbio que pode causar doença renal e perda auditiva e visual
Recife. 02 de dezembro de 2020
Um distúrbio hereditário pouco conhecido pode causar problemas renais graves e até perda auditiva e visual. A Síndrome de Alport, de acordo com o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron, é uma doença genética que pode causar glomerulonefrite, sangue na urina e problemas na audição.
“A síndrome de Alport em si geralmente é causada por um gene defeituoso, ou seja, por problemas genéticos e hereditários, e não está ligada a hábitos do próprio paciente em vida. Também pode surgir devido a mutações genéticas. Seus desdobramentos, porém, podem levar à perda da função renal e, em casos graves, à insuficiência renal”, explica o médico.
Ainda de acordo com Rafael Pacífico, a doença dificilmente apresenta sintomas, e sua principal consequência é o problema renal, que pode surgir na forma de presença de proteína na urina, identificada por meio de espuma ao urinar, ou de sangue na urina, que torna a urina como um líquido rosado. “Além disso, a síndrome também pode causar a incapacidade de ouvir sons de frequências mais altas e, em alguns casos, disfunções oftalmológicas, como catarata, anormalidades da córnea, do cristalino ou da retina, embora sejam menos frequente”, destaca o nefrologista.
O médico Rafael Pacífico explica que o diagnóstico da doença é feito após a aparição dos sintomas. São requeridos exames de sangue, urina e, em algumas vezes, biópsia do rim, para identificar a causa dos problemas que estão afetando esses órgãos. Caso também haja simultaneamente problemas de audição ou visão, serão solicitados testes genéticos para confirmar a presença da síndrome.
“Caso não seja tomada nenhuma providência, a enfermidade pode evoluir para quadros de doença renal crônica e perda permanente da visão e audição, por exemplo, por isso é necessária uma investigação minuciosa”, avalia o especialista da Uninefron.
Por se tratar de uma doença genética, não há cura para a Síndrome de Alport. “Por isso, o tratamento é direcionado para os problemas que ela causa. Em se tratando dos prejuízos renais, a depender da gravidade do quadro, pode ser necessária a realização de diálise, que será avaliada e solicitada por um médico nefrologista”, concluiu Rafael Pacífico, da Uninefron.