Hemodiálise: saiba o que é a fístula arteriovenosa e como evitar problemas no tratamento

Hemodiálise: saiba o que é a fístula arteriovenosa  e como evitar problemas no tratamento

Hemodiálise: saiba o que é a fístula arteriovenosa e como evitar problemas no tratamento

Recife, 25 de novembro de 2020

O tratamento renal por meio de hemodiálise requer, entre outros processos, que os pacientes fiquem ligados a uma máquina que filtra o sangue, retire as toxinas e o excesso de líquidos, quando os rins não conseguem mais desempenhar essa função. Para isso, segundo Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, é necessário que o sangue seja puncionado por uma fístula, que tem a função de unir uma artéria a uma veia, para facilitar a entrada e saída do sangue no organismo. “Esse procedimento requer atenção, e alguns cuidados são necessários para que o processo seja feito em segurança”, alerta a médica.

Para entender como funciona o procedimento, é preciso saber que o sangue sai do corpo, passa pela filtragem na máquina e depois retorna ao organismo. “Se a hemodiálise fosse realizada em uma artéria ou em uma veia comum, haveria o risco de sobrecarregá-las com o alto fluxo sanguíneo utilizado no tratamento. Por isso, a fístula se faz necessária, pois ela aumenta o calibre de uma veia para que consiga suportar a entrada e saída de sangue realizada durante o procedimento”, explica Ângela Santos.

A fístula arteriovenosa (FAV), portanto, consiste em unir, por meio de uma microcirurgia, uma veia e uma artéria, para que possam suportar esse fluxo de entrada e a saída de sangue do organismo de forma mais segura. Isso porque a artéria tem um calibre maior, tendo como função conduzir o sangue rico em oxigênio para o organismo, enquanto a veia, que tem um calibre vascular menor, leva o sangue rico em gás carbônico para o pulmão.

“Geralmente, a fístula é confeccionada nos membros superiores, pois precisa ser puncionada com agulha, e temos melhor acessibilidade dos vasos nos braços.  Porém, em casos excepcionais, quando os vasos superiores não estão mais disponíveis pode-se fazer nos membros inferiores”, diz Ângela Santos, explicando alguns detalhes sobre o procedimento. “É necessário fazer punções com agulhas específicas para hemodiálise para realizar o tratamento. Além disso, sua presença no braço pode ser perceptível devido ao aumento do calibre das veias nos locais puncionados, e há a necessidade de fazer curativo e compressão ao término das sessões”, explica.

Apesar de a instalação da fístula proporcionar um risco menor de infecções e promover uma melhor qualidade e adequação da terapia dialítica, alguns problemas na FAV podem surgir, como o estreitamento ou a obstrução da veia. Para reverter o quadro, é possível fazer o “salvamento” da fístula, por meio de angioplastia, se tratar-se de estenose ou trombólise, se o caso for obstrução do fluxo de sangue por um trombo.

“Esse procedimento consiste em dilatar a área afetada por meio de um cateter e um stent na ponta. Um balão é inflado no local, a veia é dilatada e o stent é colocado para evitar que ela se feche novamente”, explica a nefrologista. E no caso da trombólise, são utilizadas substâncias fibrinolíticas, que dissolvem o coágulo, ou são removidos. Segundo ela, durante o período de “maturação” da fístula, podem ser necessários exercícios específicos para que as veias se dilatem naturalmente e se fortaleçam.

Para evitar possíveis alterações na fístula, a médica recomenda alguns cuidados, tais como não aferir a pressão no membro da fístula, não coletar sangue para exames no mesmo membro, evitar esforço físico com aquele membro, não dormir sobre ele, não segurar peso com alças “garroteando” o membro, nem tirar pelos do local.

A higienização do local da fístula é imprescindível para evitar problemas, principalmente antes das sessões, evitando infecções locais e dificultando a realização da terapia. A limpeza, por exemplo, pode ser feita usando água e sabão”. Enfatizamos ainda a extrema importância da preservação ao longo da vida do paciente com insuficiência renal a preservação dos vasos sanguíneos, para a necessidade de futuro acesso vascular”, recomenda Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.

 

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