Como melhorar a qualidade do sono em pacientes com doença renal crônica

Como melhorar a qualidade do sono em pacientes com doença renal crônica

Como melhorar a qualidade do sono em pacientes com doença renal crônica

Recife, 14 de fevereiro de 2022

A baixa qualidade do sono, segundo estudos científicos, é uma incômoda realidade para cerca de 70% das pessoas com doença renal crônica (DRC), sendo um dos sintomas mais referidos pelos pacientes em quase 44% dos casos. Insônia, apneia e síndrome de pernas inquietas são as queixas mais comuns, e elas acarretam aumento de estresse, redução de condicionamento, entre outras consequências físicas e mentais danosas ao paciente. De acordo com a nefrologista Ângela Santos, diretora da Uninefron, são muitos os fatores para distúrbios no padrão do sono. “O tempo em diálise, inclusive o horário do turno (embora isso não tenha sido bem comprovado), a idade mais avançada, as dores ósseas e alguns fatores metabólicos, como os níveis de ureia, hemoglobina (anemia), potássio e fósforo e cálcio, prurido, má higiene do sono e alguns medicamentos, estão relacionados à prevalência de insônia”, explica.

Quanto menores forem a eficiência e o tempo de sono, maiores serão as dificuldades de retomar o sono e o risco de despertar precocemente. Essa pode se a rotina da maioria dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise convencional ou diálise peritoneal, pois “as pessoas com DRC costumam ficar em estado de alerta e ansiedade constante. As perturbações do sono podem ser fator de risco para a depressão, mas podem ser consequência dos transtornos depressivos, e isso é um sintoma relevante a ser considerado nesses pacientes.   Tudo isso acarreta prejuízos para o sono e a qualidade de vida”, afirma Ângela Santos.

A necessidade incontrolável de movimentar os membros inferiores, a síndrome das pernas inquietas, pode causar tensão, cãibras e dormência. A desordem neurológica tem prevalência em até 15% da população, aumentando com a idade, acomete mais as mulheres e é comumente observada em pacientes com DRC. “As causas dessa síndrome podem ser relativas a deficiência de ferro, gravidez, uremia, medicação, a exemplo de antidepressivos, e lesões neurológicas, como patologias da medula e nervos periféricos”, alerta a médica. Outro fator que requer preocupação no paciente com DRC é a apneia, pois, quando ocorre, há bloqueio das vias aéreas respiratórias. “Os sintomas noturnos incluem roncos, pausas respiratórias e sono agitado”.

E o que fazer para melhorar o sono? “O importante é descobrir a causa que afeta a qualidade do repouso, seja ela física ou psicológica. O paciente renal precisa de um acompanhamento multidisciplinar e de muito acolhimento no seio familiar para lidar com os desafios, além de fazer uma série de adaptações na rotina e até nas estruturas físicas do lar”, instrui Ângela Santos.

Segundo a nefrologista, outras dicas são válidas para melhorar a qualidade do sono, como definir uma hora aproximada para dormir e acordar, inclusive aos fins de semana. “O café da manhã deve ser equilibrado e rico em hidratos de carbono e vitaminas, respeitando as orientações da dieta do paciente renal, com laticínios, como iogurte, leite e queijos, e frutas frescas, como  maçã, pera, morango e laranja; exercícios físicos, ao menos, três vezes por semana e nunca nas três horas antecedentes à ida para a cama. Depois das 18h, evitar fonte de açúcar, e o jantar deve ser servido duas ou três horas antes de se deitar. Deve-se ir para a cama apenas quando tem sono, em ambiente o mais silencioso e arejado possível e sem distrações”, garante a nefrologista Ângela Santos, da Uninefron.

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