Cálculo renal: prevenção, mitos e verdades

Cálculo renal: prevenção, mitos e verdades

Cálculo renal: prevenção, mitos e verdades

Recife, 09 de dezembro de 2022

Cálculos renais são muito comuns e acontecem quando existe a formação do cálculo dentro dos túbulos renais ou do sistema coletor, embora muitas vezes sejam encontrados nos ureteres e bexiga. “Clinicamente os cálculos podem variar de pequenos e assintomáticos a cálculos que causam obstrução e que podem levar à dano da função renal. Homens tem maior risco de desenvolver cálculo renal”, esclarece a nefrologista Vivianne Pinheiro, da Uninefron.

Ainda de acordo com a médica, existem formas bastante conhecidas de prevenção aos cálculos renais, como uma adequada ingestão de água durante o dia, a diminuição do consumo proteína animal e de alimentos ricos em sódio. “Por outro lado, existem outras hipóteses que são apenas mitos. Nesses casos, é importante a população ter conhecimento para não prejudicar a saúde”, alerta Vivianne Pinheiro.

Ela lembra que um dos maiores mitos relacionados à redução nos casos de cálculos renais está associado à eliminação do cálcio da alimentação. Segundo os costumes populares, isso se daria eliminando a ingestão de leite, queijos e laticínios em geral.

Porém, a médica explica que esse é um mito que precisa ser esclarecido e alerta: “Muitos pacientes são erroneamente orientados a eliminar todo o cálcio da dieta. É comprovado que o consumo de leite e seus derivados não têm relação direta com o surgimento de pedras nos rins. Pelo contrário, um indivíduo com alimentação pobre desse nutriente pode ter o dobro de chance de desenvolver os cálculos. Além disso, pode resultar em desmineralização óssea, principalmente em mulheres e crianças”, pontua Vivianne Pinheiro.

“Temperaturas do ambiente mais elevadas” – continua a nefrologista – “pode levar a perda de líquido através do suor, concentrando mais a urina e aumentando a chance de formação de cálculo, sendo importante estar atento ao aumento da ingestão de líquidos. O paciente deve ser questionado sobre os alimentos consumidos, principalmente alimentos ricos em sódio, proteína animal, purina e oxalato que podem levar a formação de cálculo renal. Sempre estar atento a certas medicações e suplementos que podem ter uma maior predisposição a formação de cálculos renais”, ressalta.

Vivianne Pinheiro também explica que estudos comprovaram que características metabólicas também são importantes para o desenvolvimento de cálculos, onde obesidade e elevada resistência à insulina está associada a risco aumentado principalmente para cálculos de ácido úrico. Em 90% dos casos, os cálculos são provocados por distúrbios metabólicos que podem ser identificados por exames e tratados. A história familiar também é importante porque vários tipos de cálculos têm associação com desordem genética.

Outro mito é a preocupação que o tratamento da deficiência da vitamina D pode provocar cálculo renal. “Na verdade, não há essa associação, podendo se tratar a deficiência de vitamina D sem aumentar a formação de cálculo renal”, explica Vivianne Pinheiro.

Segundo ela, as pedras renais ainda podem resultar na formação de outras pedras. “Essa informação não é mito: se um indivíduo já teve cálculo renal, há 90% de chance de ele formar novas pedras em um período de 10 anos. Por isso, recomendamos consultas frequentes com um nefrologista para que sejam realizados exames de rotina”, finalizou Vivianne Pinheiro, da Uninefron.

 

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