Rim único: como viver bem e evitar complicações
Recife, 07 de novembro de 2025
Viver com apenas um rim é mais comum do que parece e, na maioria das vezes, não impede de se levar uma vida longa e saudável. “Algumas pessoas nascem com um único rim, outras o perdem ao longo da vida por causa de doenças, cirurgias ou doações voluntárias. Mas, em todos os casos, a atenção aos cuidados diários é fundamental para evitar sobrecarga e preservar a função renal”, ressalta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.
De acordo com a nefrologista, o rim único pode se adaptar muito bem às necessidades do organismo. “O rim remanescente tende a crescer e assumir o trabalho do outro, em um processo natural de hipertrofia compensatória sendo chamado de rim vicariante. Isso permite que o corpo continue funcionando normalmente, mas também significa que devemos evitar qualquer agressão ou infecção para não sobrecarregar o rim e comprometer a função renal”, esclarece Vivianne Pinheiro.
Entre os principais cuidados estão o controle rigoroso da pressão arterial e do diabetes, evitar obesidade, além de não usar anti-inflamatórios e analgésicos sem prescrição médica. Vivianne Pinheiro destaca que muitos casos de lesão renal poderiam ser evitados com simples ajustes de hábitos. Medicamentos aparentemente inofensivos e até suplementos podem ser tóxicos para o rim quando usados de forma inadequada.
Alimentação equilibrada e consultas periódicas com nefrologista são importantes para acompanhar a adaptação do rim
A médica Vivianne Pinheiro explica que a alimentação equilibrada é outro pilar essencial. Dietas com baixo teor de sal e normoproteicas, ou seja, sem ingestão de proteína em excesso ajudam a reduzir a sobrecarga renal. “Quem tem rim único não precisa de uma dieta restrita, mas deve evitar exageros, especialmente em proteínas de origem animal e alimentos ultraprocessados. A hidratação adequada também é importante,devendo ser, de forma geral, em torno de 35ml/kg, embora o volume ideal de líquidos deva ser ajustado de acordo com as orientações médicas”, garante a nefrologista.
“A obesidade pode aumentar o risco de doença renal crônica em pacientes com rim único. Consultas periódicas com nefrologista acompanhando a pressão arterial, além de exames simples de sangue e urina e ultrassonografia do trato urinário, permitem acompanhar o desempenho do rim e detectar precocemente qualquer alteração”, revela Vivianne Pinheiro, acrescentando que a função renal deve ser avaliada através da creatinina sérica para estimar a taxa de filtração glomerular. “Se houver elevação da pressão arterial e/ou da creatinina sérica deve-se realizar intervenções para retardar ou prevenir a progressão da doençarenal”, garante.
A médica alerta que maioria dos pacientes não apresentam sintomas. “Então, sinais como inchaço nas pernas, aumento da pressão arterial, urina espumosa e infecções urinárias repetidas devem ser levados a sério. O diagnóstico precoce e o acompanhamento constante são as melhores estratégias para garantir que o rim único continue saudável por toda a vida”, conclui a nefrologista da Uninefron, Vivianne Pinheiro.