Outubro Rosa: câncer de mama e saúde renal

Outubro Rosa: câncer de mama e saúde renal

Outubro Rosa: câncer de mama e saúde renal

 Recife, 03 de outubro de 2025


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Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama, criado na década de 1990 e hoje celebrado em mais de 70 países. Seu objetivo principal é alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Trata-se do câncer mais comum entre as mulheres no mundo, representando cerca de 28% dos novos cânceres no sexo feminino, sendo mais comum após os 50 anos. “Existem vários tipos de câncer de mama e, em sua maioria,com bom prognóstico. Na maior parte dos casos, não há problemas com a função renal”, explica o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.

De acordo com Mário Henriques, a detecção precoce é importante para alcançar os melhores resultados terapêuticos. “A campanha Outubro Rosa reforça e estimula o autoexame e a descoberta antecipada, auxiliada por exames de imagem, entre eles a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância magnética, sendo a confirmação realizada pela biópsia do nódulo.  Além da descoberta de nódulo na mama durante o autoexame, outros sintomas podem ser encontrados, como inchaço na pele da mama imitando casca de laranja, retrações na pele, dor à palpação, vermelhidão na mama, secreção no mamilo unilateral ou bilateral.  O tratamento baseia-se em cirurgia (mastectomia), quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunobiológicos”, acrescenta o nefrologista.  

“Em casos mais avançados do câncer de mama, estudos mostram que entre 7% e 12% dos casos com presença de metástase apresentam comprometimento renal, o que, na maioria das vezes, é silencioso”, ressalta Mário Henriques, acrescentando que outra possibilidade são as alterações metabólicas provocadas pelo tumor, como a hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), que podem sobrecarregar os rins e levar a quadros de insuficiência renal. “Esses impactos nem sempre são percebidos pela paciente, mas podem comprometer seriamente a função renal. Por isso, exames de acompanhamento são indispensáveis durante todo o tratamento oncológico”, relata o médico.

Os esquemas terapêuticos para o câncer de mama podem representar alguns riscos para a função renal, por exemplo,aquimioterapia utiliza medicamentos como a cisplatina e a doxorrubicina, que são conhecidos pelo seu potencial nefrotóxico e podem causar lesões renais em até 30% das pacientes expostas sem monitoramento adequado. O suporte medicamentoso, que inclui antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios para controle de efeitos colaterais, também representa uma sobrecarga para os rins, especialmente em tratamentos prolongados. Em situações mais raras, a radioterapia, quando aplicada em áreas próximas ao abdômen, pode afetar as estruturas urinárias. É por isso que monitorar a função renal durante todo o processo é fundamental para evitar complicações futuras,  destaca Mário Henriques.

Pacientes que presentam doenças crônicas devem ter cuidados redobrados

Mário Henriques alerta que os cuidados devem ser ainda maiores em pacientes que já apresentam doenças crônicas. A hipertensão e o diabetes, principais causas de doença renal crônica no Brasil, são responsáveis por cerca de 70% dos casos diagnosticados e podem potencializar os efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos. Além disso, mulheres acima dos 60 anos, faixa etária em que a incidência do câncer de mama é mais elevada, também estão mais propensas a complicações renais.

“Para reduzir esses riscos, o acompanhamento médico deve ser rigoroso, com a realização de exames periódicos de sangue e urina, que avaliam parâmetros como creatinina, ureia e taxa de filtração glomerular. Manter uma boa hidratação é essencial para ajudar a reduzir a toxicidade de medicamentos, assim como adotar uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física, que trazem benefícios tanto para a prevenção do câncer quanto para a saúde cardiovascular e renal”, aconselha Mário Henriques.

De acordo com o nefrologista da Uninefron, “o trabalho integrado entre oncologistas e nefrologistas faz toda a diferença. Nosso objetivo é garantir que o tratamento oncológico seja eficaz sem comprometer a saúde dos rins, preservando ao máximo a qualidade de vida da paciente”.

O Outubro Rosa é, portanto, mais do que um lembrete sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Ele também nos convida a olhar a saúde da mulher de forma integral. “Cuidar das mamas significa também proteger os rins, o coração e todo o organismo. Prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento completo fazem toda a diferença para que a mulher não apenas aumente suas chances de cura, mas também tenha qualidade de vida durante e após o tratamento”, finaliza o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.

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