Osteoporose e saúde renal: uma relação que vai além dos ossos

Osteoporose e saúde renal: uma relação que vai além dos ossos

Osteoporose e saúde renal: uma relação que vai além dos ossos

Recife, 17 de outubro de 2025

“Ter hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercícios físicos, uma dieta rica em cálcio e vitamina D, além do controle sobre o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, é um passo importante no tratamento e combate à osteoporose e, consequentemente, no bom funcionamento dos rins”, alerta a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, lembrando que, na próxima segunda-feira, 20 de outubro, é o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose.

De acordo com a médica, a data foi criada para conscientizar a população sobre a doença, que causa a diminuição da massa óssea, fragilizando os ossos e aumentando o risco de fraturas. “A saúde dos nossos ossos está intimamente ligada ao bom funcionamento dos rins. Esses órgãos vitais não se limitam apenas a filtrar o sangue e eliminar toxinas: eles desempenham um papel crucial no equilíbrio de minerais e vitaminas essenciais para a estrutura óssea, como cálcio, fósforo e vitamina D”, ressalta Ângela Santos.

A nefrologista também afirma que, “quando esses mecanismos falham, os ossos ficam mais suscetíveis à fragilidade e às fraturas. Já quando os rins funcionam adequadamente, eles transformam a vitamina D em sua forma ativa, o que permite ao corpo absorver cálcio de maneira eficiente. Além disso, mantêm o equilíbrio de fósforo e cálcio no sangue, fatores determinantes para ossos fortes e resistentes”, garante a médica.

A doença renal crônica (DRC) pode provocar problemas mais sérios para os ossos

A médica Ângela Santos alerta que, quando a função renal diminui, como ocorre na doença renal crônica (DRC), surgem problemas sérios para os ossos. O organismo pode acumular fósforo e apresentar baixos níveis de cálcio, levando o corpo a produzir mais paratormônio para compensar o desequilíbrio. “Esse excesso de hormônio contribui para a perda de densidade óssea e aumenta o risco de fraturas. Somado a isso, a deficiência de vitamina D ativa, comum em pacientes renais, compromete ainda mais a absorção de cálcio e o fortalecimento ósseo”, esclarece a nefrologista.

O resultado, continua a médica, é que pacientes com insuficiência renal, especialmente os que estão em estágios avançados ou em diálise, têm maior propensão à osteoporose. No Brasil, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas sejam afetadas por essa condição, e dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 50% das mulheres e 20% dos homens com 50 anos ou mais sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida. “Paralelamente, a doença renal crônica (DRC), de acordo com pesquisas recentes, afeta cerca de 10 milhões de brasileiros, sendo que aproximadamente 90 mil estão em tratamento de diálise”, informa Ângela Santos.

Inflamação crônica, uso de corticoides, diabetes e idade avançada também colaboram para a fragilidade óssea

Segundo Ângela Santos, além do distúrbio mineral, fatores como inflamação crônica, uso de corticoides, diabetes e idade avançada também colaboram para a fragilidade óssea. “É importante que pacientes com qualquer grau de insuficiência renal sejam avaliados regularmente para prevenção de fraturas. Mesmo pequenas alterações na densidade óssea podem ter impactos graves a longo prazo”, orienta a médica.

“Para quem convive com problemas renais, o cuidado com os ossos precisa ser redobrado”, alerta Ângela Santos. De acordo com ela, o tratamento da osteoporose nesses pacientes exige atenção especial, já que alguns medicamentos comuns podem se acumular e gerar riscos adicionais. “Além disso, hábitos saudáveis, como alimentação rica em cálcio e vitamina D, prática regular de atividade física e controle de fatores de risco, continuam sendo aliados fundamentais na prevenção de fraturas”, adverte ela.

Uma abordagem multidisciplinar, continua a médica, é essencial. “Nefrologistas, endocrinologistas e nutricionistas precisam trabalhar juntos para manter a saúde óssea e renal dos pacientes, prevenindo complicações futuras. Em resumo, manter os rins saudáveis vai muito além de cuidar da função renal: é também uma maneira de proteger os ossos e reduzir o risco de fraturas ao longo da vida, além de ajudar, de forma eficaz, no tratamento e combate à osteoporose”, finaliza a nefrologista Ângela Santos, da Uninefron.

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