Nutrição e saúde renal: o papel vital do controle de micronutrientes em pacientes renais

Nutrição e saúde renal: o papel vital do controle de micronutrientes em pacientes renais

Nutrição e saúde renal: o papel vital do controle de micronutrientes em pacientes renais

Recife, 24 de outubro de 2025


O cuidado nutricional é um dos pilares do tratamento de pessoas com doença renal crônica (DRC), especialmente daquelas que realizam hemodiálise. De acordo com a nutricionista da Uninefron, Roberta Barreto, a alimentação influencia diretamente na evolução da doença e na qualidade de vida dos pacientes. “O controle rigoroso de nutrientes e líquidos é determinante para manter o equilíbrio do organismo e prevenir complicações que podem afetar o coração, os ossos e o metabolismo”, ressalta ela.

De acordo com a nutricionista, entre os micronutrientes que exigem maior atenção estão o sódio, o fósforo e o potássio. “O excesso de sódio, presente principalmente no sal e em alimentos ultraprocessados, pode causar retenção de líquidos, aumento da pressão arterial e perda de proteínas pela urina. Controlar o consumo de sal é fundamental para evitar inchaços e pressão alta, que sobrecarregam ainda mais os rins”, explica Roberto Barreto.

Já o fósforo – continua ela – precisa ser restringido, pois, com a função renal comprometida, o organismo não consegue eliminá-lo adequadamente. “Seu acúmulo leva ao desequilíbrio mineral e ósseo, enfraquecendo os ossos e favorecendo calcificações em tecidos moles. A nutricionista destaca que o controle do fósforo é um desafio constante, e a orientação alimentar é essencial para ajudar o paciente a identificar fontes desse mineral e reduzir sua absorção”, ressalta a nutricionista.

“O potássio, por sua vez, deve ser cuidadosamente controlado, já que o acúmulo no sangue pode causar alterações cardíacas graves. Com a doença renal instalada, os rins perdem a capacidade de eliminar o potássio de forma eficiente, tornando necessária a adequação desse nutriente conforme a fase da doença e os resultados dos exames laboratoriais”, destaca Roberta Barreto.

Consumo de proteínas também requer atenção especial

A nutricionista Roberta Barreto ressalta que o consumo de proteínas também requer atenção especial. “Em determinadas etapas do tratamento, a restrição proteica pode ajudar a retardar a progressão da doença, enquanto em outras, como durante a hemodiálise, é fundamental garantir um aporte adequado para evitar perda de massa muscular e energia”, afirma.

Roberta Barreto explica ainda que o acompanhamento individualizado é essencial para manter o equilíbrio entre a ingestão proteica e o gasto energético do paciente. “Além disso, a suplementação de vitaminas e minerais pode ser necessária, principalmente para quem está em terapia renal substitutiva, uma vez que o processo de diálise pode provocar a perda de nutrientes importantes”, completa a nutricionista, ressaltando que cada caso deve ser avaliado de forma personalizada para determinar o tipo e a quantidade de suplementação adequada.

Outro ponto crucial é o controle do aporte calórico e da ingestão de líquidos. Manter o consumo energético adequado é fundamental, principalmente quando há limitação no consumo de proteínas, pois o corpo precisa de combustível para preservar o metabolismo e o peso corporal. Em relação aos líquidos, a nutricionista destaca que o cuidado deve ser redobrado. “O excesso pode causar retenção hídrica, inchaços e até edema pulmonar. A quantidade de líquidos permitida varia conforme o volume urinário do paciente e deve ser ajustada de acordo com as orientações da equipe de saúde”, garante Roberta Barreto.

A prevenção da desnutrição também é uma prioridade no acompanhamento nutricional de pacientes renais. Segundo Roberta Barreta, a avaliação constante permite identificar precocemente o risco de perda de massa muscular e carência nutricional. “Quando necessário, a suplementação oral pode ser uma estratégia eficaz para garantir a ingestão adequada de calorias e proteínas, especialmente em pacientes idosos, que frequentemente apresentam redução do apetite e da força muscular”, esclarece ela.

“Cuidar da nutrição é cuidar da saúde como um todo. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, aliada a uma boa hidratação, contribui significativamente para o bem-estar e o sucesso do tratamento. Em resumo, o acompanhamento nutricional personalizado é indispensável para o sucesso do tratamento de pacientes renais. O controle adequado de micronutrientes, proteínas, calorias e líquidos ajuda a preservar a função dos rins, prevenir complicações e garantir uma melhor qualidade de vida”, finaliza a nutricionista da Uninefron, Roberta Barreto.

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