
Nefrologista da Uninefron explica a relação entre anemia e insuficiência renal
Recife, 21 de março de 2025
Você sabia que a anemia é uma das complicações causadas pela insuficiência renal? Anemia é comum entre pacientes com doença renal crônica (DRC) e causa muitos dos sintomas associados à função renal reduzida. De acordo com a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron, a insuficiência renal leva, geralmente, a um aumento progressivo da anemia porque existe um comprometimento na produção de glóbulos vermelhos, o que deixa a pessoa anêmica. “Pesquisas apontam que a anemia associada à DRC está presente em cerca de 90% dos pacientes”, ressalta ela.
A médica Vivianne Pinheiro explica que a anemia pode causar sintomas como fadiga, palidez, falta de ar, tonturas e, em casos mais graves, complicações sérias, como insuficiência cardíaca. “Essa é uma condição caracterizada pela redução da concentração de hemoglobina no sangue, o que prejudica o transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma concentração de hemoglobina de (Hb) <13,0 g/dL para homens adultos e mulheres na pós-menopausa; e uma Hb de <12,0 g/dL para mulheres na pré-menopausa. Ao longo dos anos, foram estimados os níveis de Hb alvo acima de 10 a 11g/dl em pacientes com DRC, devendo ser evitado um nível de Hb >13g/dl porque tentativas de deixar o nível muito elevado aumentam o risco de eventos tromboembólicos e acidentes vasculares cerebrais”, garante a médica.
“Em pacientes com insuficiência renal, geralmente ocorrem a redução da vida útil dos glóbulos vermelhos e a diminuição da sua produção. O problema principal parece ser a falha na produção de eritropoetina (EPO) em resposta às concentrações reduzidas de Hb. A EPO é principalmente produzida por células do córtex renal e é um hormônio estimulador da eritropoese, ou seja, estimula a produção de hemácias. Além disso, a doença renal crônica está frequentemente associada a estados inflamatórios que interferem na produção e eficácia dos glóbulos vermelhos. Outros nutrientes, como a vitamina B12 e o ácido fólico, que são essenciais para a produção de glóbulos vermelhos, costumam estar em níveis reduzidos nesses casos. Todos os pacientes com DRC e anemia devem ser avaliados com testes de triagem para deficiência de ferro, principalmente porque pacientes em diálise perdem ferro com frequência durante o tratamento”, alerta Vivianne Pinheiro.
Saiba quais os tratamentos da anemia em pacientes com insuficiência renal
De acordo com a nefrologista Vivianne Pinheiro, se não tratadas, a anemia e a insuficiência renal podem criar um ciclo vicioso. Isso ocorre porque, assim como a anemia pode ser provocada pelo mau funcionamento dos rins, ela também pode contribuir para a piora desse quadro. “Os pacientes podem ter anemia relacionada à DRC, mas também correm risco de todas as outras causas de anemia que ocorrem na população em geral. A avaliação inicial da anemia é geralmente a mesma para pacientes com DRC e na população em geral”, esclarece a médica.
Vivianne Pinheiro ainda ressalta que o tratamento da anemia em pacientes com insuficiência renal pode incluir:
- Reposição de eritropoetina humana recombinante: para estimular a produção de glóbulos vermelhos;
- Suplementação de ferro: administrada via oral ou intravenosa;
- Correção de deficiências nutricionais: com suplementação de vitamina B12 e ácido fólico;
- Controle da inflamação: para evitar a interferência na produção de glóbulos vermelhos.
“Antes da disponibilidade da EPO, pacientes em diálise frequentemente necessitavam de transfusão sanguínea, ficando expostos aos riscos de sobrecarga de ferro, transmissão de hepatites virais e redução da chance de transplante. Então, para evitar intercorrências, o acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a saúde geral do paciente. O tratamento adequado dessa condição é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prevenir complicações associadas”, orienta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.