Malformações congênitas renais: diagnóstico, consequências e caminhos para uma vida saudável

Malformações congênitas renais: diagnóstico,  consequências e caminhos para uma vida saudável

Malformações congênitas renais: diagnóstico, consequências e caminhos para uma vida saudável

Recife, 11 de abril de 2025

Algumas doenças renais podem ser causadas por anomalias estruturais que ocorrem durante o desenvolvimento fetal acometendo geralmente os rins e ureteres. “Essas condições são chamadas de malformações congênitas renais e podem variar em gravidade, desde pequenas alterações, que não afetam a função renal, até casos mais graves, que comprometem a função dos rins e necessitam de intervenção médica”, alerta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.

“Estima-se que a prevalência dessas anomalias seja de 4 a 100 por 10.000 pessoas e que corresponda de 20 a 30% de todas as anomalias identificadas no período pré-natal”, explica a nefrologista. O diagnóstico é geralmente realizado por ultrassonografia pré-natal ou exames de imagem pós-natal, como ultrassom, tomografia e ressonância magnética.

De acordo com Vivianne Pinheiro, existem vários tipos de malformações congênitas renais. “Um deles é a agenesia renal, que é caracterizada pela ausência de um ou ambos os rins. No caso de ser unilateral, pode ser assintomática, pois o rim remanescente compensa a função. Já no caso de ser bilateral, é incompatível com a vida, frequentemente associada à Síndrome de Potter”, explica a médica, que destaca outros tipos de malformações. Acompanhe.

Tipos de malformações congênitas renais

 As malformações renais podem ser do parênquima renal, anormalidades na migração renal ou anormalidades no sistema coletor em desenvolvimento (ureter, bexiga e uretra), sendo as mais comuns:

Hipoplasia renal – desenvolvimento incompleto de um rim, resultando em um órgão menor e com função reduzida;

Displasia renal – desenvolvimento anômalo do tecido renal, levando à formação de cistos e PODENDO LEVAR ao comprometimento funcional;

AGENESIA RENAL – Ausência de um ou ambos os rins ao nascer

Doença renal policística

  • Autossômica dominante (DRPAD) – formação progressiva de cistos ao longo da vida, geralmente manifestando-se na idade adulta sendo a mais comum causa genética da doença renal crônica;
  • Autossômica recessiva (DRPAR) – forma que afeta crianças com manifestações que variam com a idade podendo levar à insuficiência renal precoce;

Anomalias de fusão renal – quando uma porção do rim é fundida a outro. A anomalia de fusão mais comum é o rim em ferradura onde ocorre A fusão dos rins na linha média do corpo, em formato de “U”. Pode ser associada a infecções urinárias e obstruções;

Ectopia renal – A interrupção da migração embriológica normal dos rins resulta em ectopia renal, ou seja um ou dois rins estão fora da sua localização normal;

Duplicação do sistema coletor – presença de dois ureteres drenando um mesmo rim, podendo ser de todo ureter ou parte dele, o que pode causar refluxo urinário da bexiga para o ureter e infecções;

Estenose da junção ureteropélvica (JUP) – obstrução parcial ou total do ureter na junção entre a pelve renal e o ureter, RESULTANDO EM hidronefrose (dilatação do rim);

Ureterocele – dilatação anormal da porção terminal do ureter na entrada da bexiga ou dentro dela, o que pode levar a obstrução urinária e infecções.

Vivianne Pinheiro alerta que as malformações congênitas renais podem ter consequências variadas para a saúde, dependendo do tipo e da gravidade da anomalia. Os problemas que merecem atenção incluem infecções urinárias recorrentes, obstrução do trato urinário e cálculos renais. “Muitas dessas malformações causam redução da função renal ao longo do tempo, podendo evoluir para insuficiência renal crônica”, explica ela.

Além disso, em crianças com comprometimento renal significativo, pode ocorrer atraso no crescimento devido à dificuldade dos rins em manter o equilíbrio de eletrólitos e hormônios. “Nos casos mais graves, como agenesia renal bilateral ou doença renal policística autossômica recessiva, a insuficiência renal pode se manifestar nos primeiros anos de vida, necessitando de diálise ou transplante renal”, completa Vivianne Pinheiro.

Tratamento e prevenção de complicações

O tratamento, de acordo com a nefrologista, depende do tipo e da gravidade da malformação e pode incluir acompanhamento com um nefrologista para monitorar a função renal, uso de antibióticos para prevenir infecções, cirurgias corretivas, controle rigoroso da pressão arterial e monitoramento de eletrólitos e da função renal para evitar complicações metabólicas. Em casos graves, pode ser necessário a realização de diálise ou transplante renal.

Por fim, a médica Vivianne Pinheiro ressalta que, apesar dos desafios, com diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte médico, muitas pessoas com malformações congênitas renais conseguem levar uma vida ativa e saudável. “Uma hidratação adequada, uma dieta equilibrada e a prática de atividades físicas, adaptadas às condições do indivíduo, ajudam na melhora do paciente. O encaminhamento a um especialista em genética é sugerido para toda criança que apresente uma única anomalia congênita” ¸ garante a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.

 

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