
Maio Vermelho: entenda as hepatites virais e seus riscos para os rins
Recife, 16 de maio de 2025
Este mês é marcado pela campanha Maio Vermelho, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do controle das hepatites virais. A cor vermelha simboliza o alerta para uma ameaça silenciosa que afeta, segundo o site do Governo Federal, cerca de 30 milhões de pessoas por ano no Brasil, além de outros milhões em outras partes do mundo: as hepatites B e C. “Essas infecções frequentemente passam despercebidas até provocarem sérias complicações no organismo, inclusive nos rins”, garante a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.
Ainda de acordo com ela, as hepatites virais podem desencadear doenças renais graves, como a glomerulonefrite, uma inflamação que compromete os glomérulos que são estruturas responsáveis pela filtração do sangue nos rins. “A doença glomerular pode variar de gravidade, desde anormalidades urinárias assintomáticas até insuficiência renal”, alerta Vivianne Pinheiro.
As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Cada um possui características distintas em relação à forma de transmissão, evolução e gravidade. Dentre elas, AS mais preocupantes são os tipos B e C, pois podem se tornar infecções crônicas, evoluindo lentamente e sem sintomas aparentes. “Quando não são diagnosticadas e tratadas adequadamente, essas hepatites podem progredir para cirrose hepática, câncer de fígado ou insuficiência hepática. Por isso, a testagem regular e o acompanhamento médico são essenciais para a detecção precoce e controle da doença”.
Médica explica a relação entre hepatites e doenças renais
De acordo com a médica Vivianne Pinheiro, as hepatites virais não comprometem apenas o fígado, podem estar associadas a uma variedade de doenças renais. “A insuficiência renal aguda pode se manifestar em 6 a 8% dos pacientes com hepatite A, embora a glomerulonefrite seja menos comum nesse caso. Já os portadores de hepatite B ou C aguda ou crônica podem desenvolver diversos tipos de comprometimento renal, frequentemente associados a diferentes formas de glomerulopatias”, afirma ela, acrescentando que as principais doenças renais associadas às hepatites virais incluem:
- Glomerulonefrite – Inflamação dos glomérulos causada por depósitos de complexos imunes, gerados durante a resposta do organismo ao vírus.
- Síndrome nefrótica – Caracterizada por perda significativa de proteínas na urina, retenção de líquidos, edemas e hipertensão.
- Doença renal crônica (DRC) – A inflamação e perda de proteína persistente pode comprometer de forma progressiva a função renal, podendo levar à necessidade de diálise ou transplante.
Vivianne Pinheiro também explicou como se prevenir das complicações renais relacionadas às hepatites. Segunda ela, para reduzir os riscos de problemas renais associados às hepatites virais, é importante seguir as seguintes dicas:
- Vacinação contra hepatites A e B;
- Testagem periódica para diagnóstico precoce;
- Uso de preservativos nas relações sexuais;
- Higiene rigorosa DOS alimentos e consumo de água tratada;
- Não compartilhamento de objetos perfurocortantes ou seringas;
- Tratamento adequado com antivirais, conforme orientação médica;
- Acompanhamento da função renal, principalmente em casos crônicos.
“Em geral, pacientes com doença glomerular associada a HCV e HBV devem ser submetidos ao tratamento antiviral, com o quadro se resolvendo espontaneamente com a resolução da hepatite. Todo paciente com suspeita de doença glomerular tem que ser avaliado por um nefrologista e muitos devem ser submetidos a uma biópsia renal para um diagnóstico definitivo. Como as hepatites virais são silenciosas devemos nos prevenir, realizando testes diagnósticos para detectar precocemente, iniciando o tratamento o mais rápido possível”, finaliza a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.