Hemodiálise: como reconhecer e lidar com os efeitos indesejados
Recife, 31 de outubro de 2025
“A hemodiálise é hoje o principal tratamento para pacientes com doença renal crônica em estágio avançado. Apesar de ser um procedimento seguro e indispensável, intercorrências durante as sessões são relativamente frequentes e exigem atenção constante da equipe de saúde”. O alerta é do médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.
Segundo dados do Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2023, no Brasil, mais de 148 mil pessoas dependem da terapia dialítica, e cerca de 92% delas realizam hemodiálise. “Entre as intercorrências mais comuns estão a hipotensão intradialítica, as câimbras musculares e a síndrome do desequilíbrio da diálise. A hipotensão é, sem dúvida, a complicação mais frequente. Ela ocorre em cerca de 20% a 30% das sessões de hemodiálise e pode causar desde tontura até desmaios”, explica Mário Henriques.
Ainda de acordo com o nefrologista, o problema surge quando a retirada de líquidos acontece mais rápido do que o organismo consegue se adaptar. “Nesses casos, a conduta é imediata: reduzir ou interromper a ultrafiltração, colocar o paciente em posição de Trendelemburg e administrar pequenas doses de soro fisiológico”, ressalta.
As câimbras musculares também são queixas comuns, relatadas por 5% a 20% dos pacientes. Normalmente aparecem no final das sessões, principalmente em membros inferiores. De acordo com o médico, apesar de não representarem risco imediato, elas causam grande desconforto e prejudicam a tolerância ao tratamento. Estão associadas à perda rápida de líquidos e à alteração de eletrólitos como o sódio e o magnésio. O alívio costuma vir com massagens, calor local, alongamentos ou até infusões de soluções hipertônicas. Para evitar novos episódios, é necessário ajustar a taxa de retirada de líquidos e, em alguns casos, modificar a composição do banho de diálise.
Síndrome do desequilíbrio da diálise é mais rara, mas pode ser grave
O médico Mário Henriques esclarece que a síndrome do desequilíbrio da diálise é mais rara, mas pode ser grave, especialmente nas primeiras sessões de pacientes com ureia muito elevada. “Quando o sangue é limpo muito rapidamente, mas o cérebro ainda mantém altas concentrações de ureia, ocorre um deslocamento de água para o tecido cerebral. Isso pode causar edema e sintomas neurológicos, que vão de dor de cabeça até convulsões e coma”, explica Mário Henriques.
O tratamento nesses casos – continua o médico – é de suporte, com controle de convulsões e medidas para reduzir o edema cerebral, mas a principal estratégia é a prevenção: iniciar com sessões mais curtas e suaves e, em casos selecionados, utilizar manitol.
Para Mário Henriques, a mensagem mais importante é que pacientes e familiares não precisam temer a hemodiálise. “Embora essas complicações possam ocorrer, o procedimento é sempre monitorado por profissionais treinados, capazes de agir imediatamente. Assim, mesmo diante das intercorrências, a hemodiálise continua sendo uma terapia segura e essencial para garantir qualidade e expectativa de vida a milhares de pessoas que convivem com a insuficiência renal crônica”, reforça o nefrologista.
Desde 1996, a Uninefron se consolida como referência no cuidado integral a pacientes renais, oferecendo um serviço diferenciado em nefrologia ambulatorial e hospitalar tanto para adultos quanto para crianças. A clínica reúne uma equipe multidisciplinar de alto nível, formada por médicos nefrologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, garantindo um atendimento que vai além da técnica, focado também no bem-estar e na qualidade de vida.