Dieta DASH, criada para controlar a hipertensão, ajuda na prevenção de doenças renais
Recife, 22 de agosto de 2025
Quando o assunto é alimentação e saúde dos rins, muita gente ainda não conhece o poder da dieta DASH, um padrão alimentar criado para controlar a hipertensão, mas que também oferece proteção importante para os rins. De acordo com a nutricionista da Uninefron, Roberta Barreto, a DASH é mais do que uma dieta. “É um padrão alimentar equilibrado que pode atuar na prevenção de doenças renais, especialmente em pessoas com fatores de risco como hipertensão e diabetes”, garante ela.
Criada nos Estados Unidos na década de 1990, a dieta DASH (sigla em inglês para Dietary Approaches to Stop Hypertension) foi desenvolvida com o objetivo de combater a pressão alta, sem a necessidade de medicamentos. “Essa abordagem alimentar se baseia no consumo de alimentos naturais, ricos em potássio, magnésio, cálcio e fibras, com baixo teor de sódio e gorduras saturadas”, explica Roberta Barreto.
A nutricionista ressalta ainda que “a dieta prioriza a ingestão diária de frutas e hortaliças frescas, grãos integrais, leguminosas, oleaginosas, laticínios desnatados e carnes magras, como peixe e frango. Além disso, reduz o consumo de alimentos industrializados, embutidos, refrigerantes, fast food, carnes gordurosas e queijos amarelos”.
Como a DASH protege os rins?
De acordo com a nutricionista Roberta Barreto, os rins são responsáveis por filtrar o sangue, equilibrar os eletrólitos e eliminar toxinas. Quando sobrecarregados por pressão alta, excesso de sal, obesidade ou diabetes mal controlada, podem sofrer danos progressivos. “Uma das maiores causas da doença renal crônica é justamente a hipertensão mal controlada. Ao reduzir a pressão arterial em até 11 mmHg, a dieta DASH ajuda a preservar a função renal. Estudos recentes mostram que adotar essa dieta pode reduzir os níveis de albuminúria, um marcador precoce de lesão renal, em até 20%. Ela também contribui para o controle do açúcar no sangue, outro fator essencial na prevenção da nefropatia diabética”, afirma.
Mas atenção às contraindicações: apesar de seus inúmeros benefícios, a DASH não é indicada de forma irrestrita para todos os estágios da doença renal. “Nos casos mais avançados de insuficiência renal, é preciso cuidado com o excesso de potássio e fósforo, presentes em muitos alimentos da DASH, como frutas, vegetais verdes-escuros e leguminosas. Nesses casos, fazemos adaptações personalizadas”, orienta a nutricionista da Uninefron.
Roberta Barreto esclarece que, para quem tem função renal preservada ou apenas fatores de risco, a dieta DASH é segura e recomendada. “Já os pacientes com doença renal crônica devem consultar um nutricionista para seguir uma versão modificada, com restrições pontuais. A ideia é iniciar com pequenas substituições: troque o arroz branco pelo integral, reduza o sal, use temperos naturais e adicione uma fruta por dia. A mudança alimentar não precisa ser radical para ser eficaz. A dieta DASH se mostra uma aliada poderosa para a saúde cardiovascular e renal, sendo especialmente eficaz na prevenção e nos estágios iniciais de diversas doenças”, conclui Roberta Barreto, nutricionista da Uninefron.