Dia Mundial do Diabetes: relação da doença com a saúde renal exige atenção
Recife, 14 de novembro de 2025
Nesta sexta-feira, 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, a médica Ângela Santos, nefrologista do Grupo Uninefron, faz um alerta: entre as pessoas acometidas pela enfermidade, até cerca de 40% podem vir a desenvolver doença renal crônica (DRC). “É importante destacar, no dia de hoje, que a luta contra o diabetes mellitus vai muito além do controle da glicose: controlar o diabetes é cuidar de todo o corpo, inclusive dos rins”, ressalta ela.
A nefrologista Ângela Santos destaca ainda que, de acordo com pesquisas recentes, no Brasil, cerca de 16,6 milhões de adultos vivem com diabetes, o que representa aproximadamente 10,6% da população adulta. “Desse montante, 6,6 milhões são suscetíveis a tornar-se um paciente renal crônico”, garante a médica.
“A doença renal, muitas vezes, não dá sinais até estar avançada. Quando ocorre em pacientes com diabetes, a função dos rins já pode estar bastante comprometida. Por isso, não basta apenas controlar o açúcar no sangue, é fundamental que a pessoa com diabetes realize regularmente exames como creatinina, taxa de filtração glomerular (TFG) e albuminúria”, alerta Ângela Santos.
Dados revelam que, no Brasil, a prevalência de DRC estimada varia conforme o método e a população estudada: em alguns estudos laboratoriais, a estimativa chega a cerca de 6,5% da população adulta. Em populações de risco — por exemplo, hipertensos ou diabéticos —, o índice sobe para quase 17% ou mais. E no universo dos pacientes em terapia renal substitutiva (como diálise), o diabetes responde por 12% a 20% dos casos no Brasil.
Controlar o diabetes ajuda a preservar a saúde renal
Ângela Santos esclarece que, quando o diabetes não está bem controlado, a hiperglicemia prolongada danifica os minúsculos vasos sanguíneos dos rins, que funcionam como filtros. “Isso gera microalbuminúria, presença de pequenas quantidades de proteína na urina e, progressivamente, queda da TFG. Aos poucos, esses filtros vão perdendo a capacidade de eliminar as impurezas do sangue, e os rins começam a falhar. É um processo silencioso e devastador”, relata a nefrologista.
Para frear essa progressão, a médica recomenda três pilares simples e eficazes: controle rigoroso da glicemia e da pressão arterial, ambas precisam andar juntas; acompanhamento regular com nefrologista ou clínico; exames de urina, creatinina e TFG, uma vez por ano, no mínimo e com mais frequência se houver sinais de risco; e estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, prática de atividade física, evitar tabaco e fazer uso moderado de bebidas alcoólicas. “Esses hábitos não são apenas para o coração ou para o peso: também protegem os rins”, lembra Ângela Santos.
“Exames regulares, atenção aos sinais iniciais e ação preventiva inteligente podem fazer a diferença entre função renal preservada ou a necessidade de diálise no futuro. Por isso, se você tem diabetes ou conhece alguém que tenha, lembre-se: cuidar dos rins hoje é investir em qualidade de vida amanhã”, finaliza a médica Ângela Santos, nefrologista do Grupo Uninefron.