
Você já ouviu falar em pielonefrite? Infecção no trato urinário pode causar danos renais
Recife, 16 de agosto de 2024
Estudos da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam que cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem com alguma disfunção renal. E são diversos os tipos de doença renal que podem se manifestar na forma crônica ou aguda, com quadros mais leves ou graves. Uma dessas patologias é a pielonefrite, uma infecção no trato urinário. “A doença se inicia com a proliferação de microrganismos a partir da uretra, podendo alcançar posteriormente um ou ambos os rins”, alerta o médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron.
De acordo com o especialista, essa infecção requer cuidados médicos imediatos, já que, se não tratada precocemente, pode causar danos irreversíveis ao tecido renal, espalhar-se pela corrente sanguínea e levar o paciente a óbito. “Para um bom prognóstico, é fundamental estar atento aos sintomas, que podem ser um mal-estar geral, náuseas, vômitos, febre, dor abdominal, no dorso ou na região inguinal, micção dolorosa ou com sensação de ardor local, aumento da vontade de urinar, urina turva, sangue na urina e confusão mental”, explica Flávio Galindo.
O médico explica ainda que qualquer bactéria que penetre no trato urinário através da uretra pode afetar os rins, sendo isso a causa mais frequente de infecções renais. “Além disso, os rins podem ser afetados por infecções em outros órgãos. Existem também alguns fatores de risco, como ser do sexo feminino, bloqueio urinário, sistema imune enfraquecido, nervos ao redor da bexiga danificados e uso prolongado de cateter urinário”, alerta Flávio Galindo, acrescentando que o diagnóstico é baseado no histórico clínico e no exame físico do paciente, com avaliação dos sintomas, análise de sangue e urina e exames de imagem, como ecografia renal ou tomografia computadorizada.
Quando descoberta no início, a pielonefrite tem altas as chances de cura
Segundo Flávio Galindo, quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais da doença e o tratamento é iniciado imediatamente, as chances de cura são altas e com poucas chances de recorrência. O tratamento pode ser feito com antibióticos, que já podem fazer efeito em alguns dias. “No entanto, em alguns quadros mais graves, a medicação oral não é eficaz e o doente precisa ser internado. Nesses casos, o paciente recebe hidratação e antibiótico endovenoso. Essa terapêutica vale para a pielonefrite aguda”, ressalta.
“Já a pielonefrite crônica pode demandar procedimentos cirúrgicos para remover obstruções locais ou para corrigir problemas estruturais dos rins. Uma cirurgia também pode ser recomendada para drenar um abcesso renal que persista após antibioterapia. Em casos raros, a nefrectomia (procedimento que consiste na remoção total ou parcial de um rim) pode ser necessária”, acrescenta Flávio Galindo.
Para finalizar, o nefrologista da Uninefron destaca que, apesar das possibilidades de tratamento, a melhor conduta é a prevenção. Ele destaca alguns hábitos que devem ser adotados no cotidiano, como ingerir bastante líquido (como água, chá e sucos naturais); evitar o adiamento das micções (urinar frequentemente); as mulheres devem limpar a região perineal “da frente para trás”, após urinar ou defecar; evitar, sempre que possível, a utilização de “produtos de higiene íntima”; e urinar após as relações sexuais, de modo a eliminar bactérias que possam penetrar no trato urinário e ser causadoras de infecção.