Você já ouviu falar em nefrite intersticial? Inflamação pode afetar funções renais
Recife, 02 de agosto de 2024
Existem diversas doenças que podem afetar o funcionamento dos rins. Uma delas, embora muitas pessoas possam não conhecer, é a nefrite intersticial. Você já ouviu falar? De acordo com o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron, essa é uma condição médica que se caracteriza pela inflamação do interstício renal, que é a parte dos rins situada entre os túbulos renais. “Essa inflamação pode comprometer a função renal e é frequentemente associada a danos nos túbulos, que são responsáveis pela reabsorção e excreção de substâncias filtradas pelo glomérulo”, explica o especialista.
Os sinais da nefrite dependem do tipo, da localização e da intensidade da reação imune. “Apesar de serem variados, os principais sintomas podem incluir dor nos flancos, febre, sangue na urina (hematúria), aumento da frequência urinária, urina espumosa devido à presença de proteínas, fadiga e inchaço”, relata Rafael Pacífico.
O médico explica ainda que as causas podem ser variadas, incluindo a ingestão de certos antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), diuréticos e outros medicamentos. Infecções bacterianas ou virais podem levar a inflamação do interstício renal, doenças autoimunes como lúpus e síndrome de Sjögren, e até exposição a toxinas ambientais e substâncias químicas.
Tipos de nefrite intersticial e tratamento
De acordo com Rafael Pacífico, a nefrite intersticial pode se apresentar de forma crônica ou aguda. No caso da doença crônica, a perda da função renal é lenta e gradual, e por isso pode passar despercebida por anos. Sendo assim, é importante estar sempre alerta às mudanças e sinais do organismo. “Já na nefrite intersticial aguda, também conhecida como NIA, o declínio da função dos rins é rápido e súbito, bem como é uma das principais causas de perda súbita da função renal, sendo diagnosticada em torno de 20% dos pacientes”, ressalta o médico.
“Esse diagnóstico pode ser feito através da avaliação dos sintomas e revisão do histórico médico, incluindo o uso de medicamentos e exposição a toxinas. Testes de urina e sangue para verificar a presença de células inflamatórias, proteínas e outras anormalidades e, em alguns casos, uma biópsia renal, podem ser necessários para confirmar o diagnóstico e determinar a extensão da inflamação”, comenta Rafael Pacífico.
Após o diagnóstico, o tratamento é feito de maneira distinta para os casos de nefrite aguda ou crônica. Nos quadros agudos, de modo geral, indica-se repouso e algum cuidado quanto ao excesso de água e sal. Se a causa for uma infecção, o uso de um antibiótico pode ser importante. Já nos quadros crônicos, o tratamento varia em função do tipo, da gravidade e da presença de outras doenças associadas. De acordo com Rafael Pacífico, em alguns casos, o médico indica o uso de corticoides e outros fármacos, além de uma dieta com restrição de proteínas, potássio e sal, além da ingestão de diuréticos. Além disso, é importante fazer o controle da pressão arterial.
Prognóstico – O prognóstico da nefrite intersticial varia dependendo da causa e da rapidez com que o tratamento é iniciado. Em muitos casos, a função renal pode ser recuperada com tratamento adequado, mas danos permanentes podem ocorrer se a inflamação for severa ou prolongada. “O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir possíveis complicações. É importante que as pessoas adotem hábitos saudáveis, com atenção à alimentação, evitando tabagismo, álcool em excesso e ingestão de medicamentos sem prescrição médica”, recomenda e finaliza o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron.