Erupções cutâneas em paciente renal podem ser confundidas com algum tipo de alergia

Erupções cutâneas em paciente renal podem ser confundidas com algum tipo de alergia

Erupções cutâneas em paciente renal podem ser confundidas com algum tipo de alergia

Recife, 05 de julho de 2024

No próximo dia 08 de julho, será celebrado o Dia Mundial da Alergia. A data foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o intuito de conscientizar e alertar a população sobre o problema que pode se manifestar de forma moderada, ou até mais grave, e levar, inclusive, a risco de vida. De acordo com a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, alguns pacientes renais podem sofrer com quadros cutâneos, que frequentemente são confundidos com alergia. “É preciso estar atento, pois podem não ser manifestações alérgicas e requerem cuidados”, reforça ela.

“Essas lesões, que podem atingir 53% dos pacientes renais, acontecem porque, quando há um dano parcial ou total da função renal na estrutura dos rins, os tecidos e sistemas do organismo humano, inclusive a pele, são afetados. Nesses casos, o acúmulo de resíduos no sangue (uremia), agravado pela pele seca, que é comum na doença renal (xerose), pode causar um prurido intenso (coceira) e erupções cutâneas”, explica Ângela Santos.

Ainda de acordo com a nefrologista, “apesar de essas manifestações não serem consideradas alergia, podem ser um alerta para o diagnóstico da doença renal crônica e merecem atenção. Inclusive, estudos relacionam a atrofia das glândulas sebáceas e a intensidade do ressecamento em pacientes com doenças renais”, garante.

 

Algumas das principais manifestações na pele que podem indicar doença renal

A médica Ângela Santos explica o porquê de algumas das principais manifestações na pele serem um indicador da doença renal. São elas:

PALIDEZ: Isso acontece quando os rins estão com problemas na eritropoietina, hormônio que estimula a medula a produzir glóbulos vermelhos, responsáveis por distribuir o oxigênio aos órgãos vitais, o que, consequentemente, causa anemia e afeta a tonalidade da pele, que fica pálida.

COCEIRAS: As coceiras acontecem nos estágios mais avançados da doença renal crônica, podendo afetar até 80 % dos casos, devido ao ressecamento da pele e à redução do suor.

HIPERPIGMENTAÇÃO: Devido à retenção de metabólicos proteicos, que normalmente são eliminados pelos rins, pessoas com insuficiência renal apresentam manchas no corpo, principalmente após exposição solar.

ALTERAÇÕES NA MUCOSA DA BOCA: O ressecamento da mucosa da boca ocorre devido à desidratação e à ingestão de medicamentos.

ALTERAÇÕES NAS UNHAS: Essas alterações se caracterizam pela mudança na coloração e as mais comuns são as unhas meio-a-meio (parte branca e parte rosa ou marrom)

QUEDA DE CABELO: As alterações metabólicas, devido à insuficiência renal e ao seu tratamento, afetam direta e indiretamente a saúde dos fios. Por isso, os cabelos dos pacientes com insuficiência renal ficam mais ressecados, quebradiços e com predisposição a quedas.

“Essas manifestações, normalmente, não são sintomas graves, mas podem impactar bastante o bem-estar da pessoa. Para minimizar os impactos negativos, é fundamental que o tratamento seja iniciado o mais breve possível, com o acompanhamento de um nefrologista e um dermatologista. Pode ser necessário o uso de medicamentos tópicos e orais, além de hidratantes, protetor solar e produtos para cabelos e unhas”, finaliza a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.

 

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