Doenças renais na gravidez: saiba quais são os principais impactos

Doenças renais na gravidez: saiba quais são os principais impactos

Doenças renais na gravidez: saiba quais são os principais impactos

Recife, 24 de maio de 2024

O dia 28 de maio é marcado pelo Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna. Essa data visa promover um debate em nível nacional sobre a importância dos cuidados para a saúde da mulher e do binômio mãe -filho, durante o período gestacional De acordo com a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, as doenças renais são também uma preocupação para as grávidas. “É fundamental manter os cuidados necessários para que a mulher tenha uma gestação o mais saudável possível”, garante ela.

Ainda de acordo com a médica, a gravidez acarreta diversas alterações fisiológicas no organismo materno, incluindo aumento de 50 a 80% no fluxo sanguíneo renal, o que significa que os rins precisam trabalhar mais para manter o equilíbrio do organismo. “Também podem ser acometidas pela proteinúria (perda de proteínas na urina) que pode significar um quadro de pré-eclâmpsia; pelo aumento na frequência de micção (vontade de urinar) que se deve a compressão da bexiga pelo útero gravídico; e modificações na taxa de filtração glomerular. Essa sobrecarga nos rins pode evoluir para o desenvolvimento de doenças renais ou piorar um problema já existente”, explica Ângela Santos.

A doença renal crônica (DRC), por exemplo, assim como outros problemas renais, pode estar associada a vários efeitos adversos na mãe e no feto. “Os principais problemas são hipertensão gestacional, progressão da doença renal, pré-eclâmpsia, restrição do crescimento fetal e parto prematuro”, relata a nefrologista.

Pesquisas demonstram que mulheres com doença renal leve, com tensão arterial normal e pouca ou nenhuma proteína na urina poderão transcorrer com uma gravidez saudável, sem intercorrências. “Nas mulheres com doença renal moderada a grave, o risco de complicações é significativamente maior. Além disso, o quadro pode ser ainda mais grave nas gestantes em terapia dialítica “, esclarece Ângela Santos.

Diálise na gravidez é possível?

A gravidez, geralmente, não é recomendada a mulheres que estão em diálise por ser considerada de alto risco, assim como a fertilidade delas infelizmente encontra-se bem comprometida. Pacientes sob diálise estão inevitavelmente expostas a um nível mais elevado de resíduos urêmicos, potencializando maiores dificuldades ao desenvolvimento do feto.

Ângela Santos alerta que é necessário redobrar a atenção para os principais riscos e complicações associadas à gravidez em diálise, como:  pré-eclâmpsia (agravamento da hipertensão e proteinúria), síndrome HELLP (destruição dos glóbulos vermelhos), prematuridade, baixo peso ao nascer e aborto espontâneo. “Apesar do alto risco, a gravidez é possível com algumas precauções, como manutenção de baixos níveis de ureia pré-diálise, o que implicará em sessões diárias de hemodiálise, controle efetivo do perfil de tensão arterial, correção efetiva da anemia, cuidados para evitar infecções, déficits nutricionais, alterações no metabolismo e flutuações eletrolíticas, bem como a monitorização minuciosa do crescimento e desenvolvimento fetal”, ressalta Ângela Santos.

Para finalizar, a médica destaca que “o acompanhamento médico multidisciplinar com nefrologistas, obstetras e neonatologistas, entre outros profissionais, é imprescindível para um bom planejamento da gravidez e do parto, a fim de evitar as possíveis complicações materna e fetal e até um agravamento que leve ao óbito”, conclui Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.

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