Câncer e doenças renais: entenda a relação

Câncer e doenças renais: entenda a relação

Câncer e doenças renais: entenda a relação

Recife. 29 de novembro de 2024

Na última quarta-feira, 27 de novembro, foi o Dia Internacional e Nacional de Combate ao Câncer. Em alusão à data, neste artigo, abordamos a relação entre esse problema e as doenças renais. De acordo com o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron, o câncer e as doenças renais podem estar interligados de diversas formas. “Seja pela influência de um sobre o desenvolvimento do outro, seja pelo impacto dos tratamentos oncológicos nos rins”, ressalta ele.

Segundo Mário Henriques, estudos do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o triênio 2023-2025, projetam aproximadamente 12 mil novos casos de câncer renal por ano. A maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas com mais de 50 anos, sendo a incidência duas vezes maior em homens do que em mulheres. Esse tipo de câncer se desenvolve diretamente nos rins e pode comprometer a função renal, dependendo do estágio da doença.

“Os tipos mais comuns são o carcinoma de células renais, responsável por cerca de 80% a 85% dos casos de câncer renal, que se origina nas células do córtex renal, seguido pelo carcinoma de células transicionais, localizados na pelve renal, que ocorre em 8% dos casos; e pelo tumor de Wilms, mais frequente em crianças”, detalha Mário Henriques.

O especialista destaca que, para prevenir esses tipos de câncer, é fundamental estar atento a fatores de risco como tabagismo, obesidade, hipertensão, histórico familiar e exposição a determinados agentes químicos. A detecção precoce, o tamanho do  tumor menor que 4 cm e o tratamento cirúrgico curativo têm aumentado o índice de cura desses tumores.

Outros tipos de câncer podem comprometer os rins

Mário Henriques explica ainda que, além dos cânceres renais, há riscos de problemas nos rins para pacientes com outros tipos de câncer. “Isso pode ocorrer em decorrência da nefrotoxicidade dos tratamentos oncológicos, já que alguns medicamentos quimioterápicos e imunoterápicos podem causar lesão renal aguda ou até crônica, além de distúrbios metabólicos provocados pelo câncer que afetam a função renal”, relata ele. Por isso, é imprescindível que pessoas em tratamento de câncer passem por monitoramento regular da função renal para evitar danos irreversíveis.

O nefrologista esclarece ainda que existe ainda o caminho inverso: a doença renal como fator de risco para o câncer, uma vez que pacientes com doença renal crônica (DRC), especialmente aqueles em diálise, apresentam maior risco de desenvolver certos tipos de câncer, como o de rim, bexiga, tireoide e linfoma. “O risco elevado está associado a fatores como inflamação crônica, distúrbios imunológicos e exposição a agentes químicos durante a hemodiálise. Já o diagnóstico precoce e o cuidado imediato são essenciais para minimizar os danos aos rins e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, finaliza o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron.

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