
Amamentação durante tratamento de hemodiálise é possível?
Recife, 23 de agosto de 2024
Neste mês do Agosto Dourado, campanha que busca difundir informações sobre a
importância do aleitamento materno, a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da
Uninefron, chama a atenção para a amamentação em pacientes renais. “A gravidez de
mulheres em diálise está associada a maiores riscos maternos fetais e altas taxas de perda
fetal. Existem maiores taxas de pré-eclâmpsia, parto cesárea, natimorto, parto prematuro e
baixo peso ao nascer”, ressalta.
Ainda de acordo com Vivianne Pinheiro, as pacientes em diálise historicamente tiveram
resultados de gestação desanimadores, no entanto, esse cenário tem mudado devido à
melhora na qualidade da diálise, do acompanhamento médico disponibilizado para elas e
dos cuidados neonatais. “Houve melhora significativa do prognóstico das gestantes com
doença renal, necessitando de diálise durante a gravidez, ao longo das últimas duas décadas.
No caso dos desfechos positivos, em que o bebê nasce saudável, a amamentação não é
contraindicada, mas alguns cuidados devem ser tomados”, ressalta a médica.
A nefrologista ressalta ainda que toda atenção especial deve ser iniciada já durante a
gestação, quando alguns ajustes no tratamento dialítico precisam ser feitos para que a
gravidez siga com o menor risco de intercorrências. “É recomendado intensificação do
regime de diálise, aumento da frequência e da eficiência da diálise, aumentando a chance de
nascimento vivo. Então, realizar hemodiálise diária geralmente é necessária para manter o
nível de ureia pré-diálise na meta terapêutica e melhor controle pressórico, evitando
hipertensão e hipotensão”, explica Vivianne Pinheiro.
Como a gravidez em mulheres em diálise está associada a maiores riscos maternos e fetais,
as gestantes devem ser acompanhadas em conjunto com nefrologista, ginecologista
familiarizado com diálise na gestação e um pediatra, pensando no bem-estar da mãe e do
bebê. “Após o nascimento do bebê, é preciso interromper ou ajustar as doses de algumas
medicações para que não sejam passadas para o recém-nascido através da amamentação e
provoquem efeitos adversos nele. Além disso, a ingestão de líquidos deve ser orientada por
um nefrologista e é importante o ajuste da retirada de líquido na hemodiálise, pois a
depleção de volume pode interferir na amamentação. Se as medidas necessárias foram
tomadas corretamente, a paciente não precisará interromper a amamentação”, completa a
médica.
Por outro lado, vale ressaltar – continua Vivianne Pinheiro – a importância de que todo o
acompanhamento da gestante inclua uma equipe multiprofissional, com nefrologista,
nutricionista, psicólogo, entre outros. “A Uninefron conta com profissionais qualificados
para oferecer um serviço de excelência para atender seus pacientes, de acordo com suas
particularidades, englobando a sua saúde física e mental”, finaliza a nefrologista da
Uninefron.
Amamentação: benefício para a vida toda
Amamentar é um ato de amor, que fortalece o elo entre mãe e filho, além de o leite materno
ser de suma importância, por reunir nutrientes indispensáveis à vida. Se não houver
impedimento, a amamentação deve ser incentivada, exatamente por trazer diversos
benefícios para a saúde do bebê. Confira os principais:
1. O leite materno é mais facilmente ingerido;
2. A amamentação estimula o desenvolvimento da musculatura e dos ossos da face;
3. O leite materno aumenta a capacidade cerebral da criança;
4. Quando adulto, o bebê que recebeu leite materno tem menos chances de ter
problemas cardiovasculares e menor propensão a desenvolver alguns tipos de
câncer;
5. A amamentação estimula a conexão e o vínculo afetivo entre mãe e filho;
6. O leite materno contribui para a prevenção de doenças infecciosas e alérgicas.
7. O leite materno diminui cáries, cólicas, pneumonias e diarreia.