
Sonolência excessiva diurna é uma das grandes queixas dos pacientes renais
Recife, 25 de março de 2022
Estima-se que 80% das pessoas com doença renal crônica (DRC) sofram de distúrbios do sono, entre eles a insônia, a apneia e a síndrome das pernas inquietas. “O paciente renal crônico está sujeito a uma série de desafios, desde dores intensas, restrições alimentares e tratamentos permanentes. E um dos problemas que costumam afetar bastante a saúde física e mental é justamente essa má qualidade do sono”, afirma a nefrologista Ângela Santos, diretora da Uninefron.
A terceira queixa mais recorrente entre os distúrbios do sono é a sonolência excessiva diurna. Trata-se da dificuldade em permanecer acordado ou alerta, ou ainda um desejo exacerbado de dormir durante o dia. “Esse problema está significativamente associado com a apneia e outras comorbidades, e a principal característica é que o sono ocorre de maneira não intencional e em horários inadequados quase diariamente”, explica Ângela Santos.
Pacientes submetidos a hemodiálise, como sugerem estudos, apresentam propensão a dormir em circunstâncias inapropriadas. A sonolência excessiva diurna causa estresse e choques na rotina, dois fatores bastante prejudiciais à saúde. “É fundamental estar atento às queixas dessas pessoas. As perturbações do sono podem desencadear uma depressão e também podem ser consequência de transtornos depressivos. Isso é um sintoma relevante a ser considerado nesses pacientes, pois acarreta prejuízos para o sono e a qualidade de vida”, diz a nefrologista.
Ainda de acordo com Ângela Santos, são muitos os fatores responsáveis por causar distúrbios no padrão do sono. “O tempo em diálise, a idade mais avançada, as dores ósseas, fatores metabólicos e alguns medicamentos estão relacionados à prevalência de insônia”, garante a médica.
Para melhorar a qualidade do sono, é importante descobrir a causa que afeta, podendo ser física ou psicológica. E também seguir uma série de instruções, sendo uma das mais importantes a ida à cama apenas quando se tem sono, em ambiente o mais silencioso, escuro e arejado possível e sem distrações. “Definir uma hora aproximada para dormir e acordar, inclusive aos fins de semana, ter uma alimentação equilibrada e respeitando a dieta repassada pelo nutricionista, praticar exercícios físicos pela manhã ou à tarde, e nunca antes de dormir, evitar bebida alcoólica, café, chá-preto, chá-mate, refrigerante e energético à noite, e se alimentar com comidas leves duas horas antes de dormir são algumas das recomendações”, conclui Ângela Santos, da Uninefron.