Proteinúria e microalbuminúria podem ser indicativas de doenças renais

Proteinúria e microalbuminúria podem ser indicativas de doenças renais

Proteinúria e microalbuminúria podem ser indicativas de doenças renais

Recife, 6 de maio de 2022

Proteinúria e microalbuminúria, já ouviu falar? São termos que refletem a lesão do rim e, por isso, ditos marcadores das doenças renais de várias etiologias. Na microalbuminúria, a perda de proteínas na urina tem valor de 30 a 300 mg /24h, que ocorre no início do processo da lesão renal, enquanto a proteinúria seria acima de 300 mg/24h, ocorrendo nas fases mais avançadas do dano. E por que é tão importante saber sobre elas? De acordo com a nefrologista Ângela Santos, da Uninefron, “ambas podem dar o sinal para uma série de doenças renais que podem futuramente comprometer os rins de forma irreversível”.

Responsável por filtrar o sangue, os rins eliminam ureia, creatinina, excesso de sais, entre outras substâncias não desejadas no organismo, enquanto reabsorvem outros importantes. “Em algumas situações de agravo renal, os rins permitem a passagem de proteínas pelos seus filtros, resultando em aumento do teor proteico na urina”, explica a médica.

Ainda de acordo com Ângela Santos, essa elevação pode ocorrer devido a diversas situações. A proteinúria transitória é causada por desidratação, estresse, exposição a frio extremo, febre e exercício físico intenso, não trazendo maiores preocupações. A proteinúria ortostática é o aumento da quantidade de proteína na urina quando se está de pé – normalmente ocorre em crianças e jovens altos e magros. Já a proteinúria persistente requer investigação das possíveis causas e acompanhamento do nefrologista, no intuito de realizar medidas de prevenção da progressão da doença renal, expressa neste marcador do comprometimento dos rins.

“As doenças e situações que elevam, de forma contínua, os níveis de proteína na urina podem ser doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doença autoimune, doença renal policística dos rins (hereditária) ou ainda uma infecção crônica dos rins. Alertamos principalmente sobre o diabetes, que a longo prazo pode afetar a capacidade dos rins de filtrar o sangue ou reabsorver suas proteínas; assim como a hipertensão, que danifica as artérias dentro e ao redor dos rins, afetando a função desses órgãos e sendo responsável por 50% da necessidade de terapia dialítica nas fases finais de falência renal.” afirma a nefrologista.

Outras causas da proteinúria persistente são: amiloidose, uso prolongado de medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides, doença do coração, linfoma de Hodgkin e mieloma múltiplo, glomerulonefrite, sarcoidose, anemia falciforme, lúpus, malária e artrite reumatoide. “Valores altos de proteína na urina também podem acontecer na gravidez, nos casos de pré-eclâmpsia, a temida doença hipertensiva específica da gestação, que pode ter desfechos graves para o binômio mãe-filho”, garante Ângela Santos.

 

Presença de albumina pode ser indicativa de lesão nos rins

 

Como já dito, a microalbuminúria se dá quando ocorre a eliminação de pequenas quantidades de albumina pela urina. A albumina é uma proteína responsável por diversas funções no organismo. “Em algumas situações, pode haver aumento da filtração da albumina, sendo então eliminada na urina. Portanto, vale enfatizar a necessidade de se avaliar a presença dessa proteína nos pacientes de risco com doenças crônicas, no sentido de um diagnóstico precoce, o que pode indicar lesão nos rins”, alerta a nefrologista da Uninefron. Lembrando que os níveis ideais de albumina na urina são até 30 mg/24 horas de urina. “A melhor estratégia será sempre a prevenção, por isso, como indicativo precoce de lesão no rim, a microalbuminúria deve sempre ser avaliada e, nos casos indicados, deve-se encaminhar ao especialista “, concluiu Ângela Santos.

 

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