
Doença renal policística é a quarta maior causa de necessidade de diálise no Brasil
Distúrbio de caráter progressivo e hereditário, a doença renal policística (DRP) tem uma incidência relativamente alta, sendo a quarta maior causa de necessidade de diálise no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o que contrasta com a desinformação do público acerca do assunto. Por isso, a Uninefron tenta cumprir com o papel de trazer serviço e informação numa conversa com a nefrologista Vivianne Pinheiro.
A enfermidade, também conhecida como rins policísticos, pode acometer pessoas independentemente de sexo e idade, embora, na maioria dos pacientes, o diagnóstico seja feito na vida adulta. “Cistos renais isolados e benignos, em pequeno número, são comuns, podendo aparecer em qualquer pessoa, principalmente ao envelhecer, sem representar nenhum problema mais grave. Esses são chamados de cistos renais simples, que não têm significância clínica. Mas múltiplos cistos bilaterais não são tão comuns, então a doença policística renal deve ser considerada nesses pacientes, mesmo que tenham função renal normal, sendo importante ressaltar que, se não for tratada adequadamente, pode causar complicações e o surgimento da insuficiência renal crônica”, afirma a médica.
A mutação provoca uma doença sistêmica, levando à formação de cistos renais bilaterais associados a cistos em outros órgãos, como fígado, pâncreas e cérebro. “A hipertensão é uma das manifestações clínicas mais importantes, com grande valor prognóstico, devendo ser tratada precocemente. Com o avançar da doença e o crescimento dos cistos em tamanho e número, podem ocorrer a destruição progressiva do parênquima do rim e o comprometimento da função renal”, explica Vivianne Pinheiro.
Segundo a médica, diante do surgimento de cistos renais, é fundamental investigar as características. “Caso estejamos diante de cistos ditos simples, a maioria dos pacientes deverá seguir apenas com monitoramento de rotina. No caso específico da doença renal policística, os cistos surgem em maior número e em ambos os rins. Esse aumento renal pode levar a vários sintomas de compressão de órgãos abdominais, sangramento na urina, infecção urinária, cálculo renal, hipertensão e insuficiência renal”, garante a nefrologista.
O diagnóstico da DRP se faz através de exames de imagem como ultrassom, ressonância magnética ou tomografia computadorizada. E o paciente precisa seguir recomendações semelhantes a de quem tem outras doenças renais, tais como o controle da pressão arterial. “Além disso, é importante beber bastante líquido, evitar o fumo e a obesidade, realizar atividade física regular e sempre ter acompanhamento de um nefrologista”, conclui Vivianne Pinheiro, da Uninefron.