
Doença renal crônica é um perigo para diabéticos e hipertensos
Cerca de 4,7% dos brasileiros sofre com a doença renal crônica (DRC), de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). O percentual, à primeira vista, parece não ser dos mais elevados, mas quando levamos em conta a população do país, de 212,6 milhões de habitantes, chegamos à enorme conta de quase 10 milhões de pessoas sofrendo com a doença silenciosa, que costuma não apresentar sintomas até chegar ao estado mais avançado. “A DRC é uma enfermidade progressiva, causada principalmente pela diabetes mellitus e a hipertensão arterial, quando não são bem cuidadas ao longo do tempo”, explica o nefrologista Flávio Galindo, da Uninefron.
Outro dado da SBN reforça o risco do diagnóstico tardio: 70% dos pacientes que iniciam a diálise (um número estimado de 100 mil pessoas) só descobrem a doença quando os rins já estão severamente comprometidos. “Por isso é tão importante manter os exames em dia, especialmente quem é do grupo de risco, como diabéticos, hipertensos, idosos e quem tem pessoas com histórico de doença renal na família. Obesidade e cardiopatia também são outros fatores de risco. A creatinina sérica e a pesquisa de proteína na urina são dois exames laboratoriais importantes para a descoberta prévia da doença”, garante Galindo.
Quando os rins não estão saudáveis, todo o organismo sofre. Ainda de acordo com o médico, isso ocorre porque eles são os órgãos responsáveis por filtrar as toxinas e o excesso dessas substâncias do sangue. “Além dessa limpeza, os rins são fundamentais porque produzem hormônios como a eritropoietina, que estimula a medula óssea a produzir os glóbulos vermelhos, e a renina, que controla a pressão arterial. A doença renal crônica, também conhecida pela sigla DRC, leva os rins a uma perda progressiva e gradual das suas funções, até uma disfunção que exige a necessidade da terapia de substituição renal, seja a diálise ou o transplante”, ressalta o nefrologista.
Apesar do caráter silencioso e com sintomas que confundem com outras doenças, a insuficiência renal dá certo sinais que devem ser investigados. “A diminuição da produção de urina, embora ocasionalmente a urina permaneça normal, e a retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés, sonolência, fadiga, confusão, náusea, perda de apetite e vômitos são sinais de problema renal. A falta de ar, a dor ou pressão no peito e, em casos graves, convulsões ou coma, também são indícios”, conclui o nefrologista Flávio Galindo, da Uninefron.