Distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica: entenda como acontece

Distúrbio mineral e ósseo da doença  renal crônica: entenda como acontece

Distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica: entenda como acontece

Recife, 1º de julho de 2022

A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome que compromete as funções dos rins, ocasionando a perda progressiva da função natural desses órgãos. Entretanto, a doença também pode causar manifestações em outras partes do organismo, como o distúrbio mineral e ósseo da DRC. Segundo o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron, essa condição se dá por conta das alterações no metabolismo do corpo, causadas pela doença nos rins.

“A doença renal crônica provoca diversas alterações. Uma das mudanças iniciais deve-se à retenção de fósforo, que uma vez aumentado no sangue, junta-se ao cálcio promovendo a sua diminuição. Cálcio baixo estimula a produção do hormônio das paratireoides (PTH), que aumenta a absorção do cálcio no intestino para normalizar o nível no sangue e garantir a efetividade do metabolismo no osso”, esclarece Mário Henriques.

Ainda de acordo com o nefrologista, “também se observa concomitantemente uma redução da transformação da vitamina D em sua forma ativa (Calcitriol), que ocorre no rim e tem papel importante no controle da produção do PTH. Estes distúrbios terminam por levar à deficiência na mineralização dos ossos, deixando-os mais frágeis e sujeitos a fraturas”, garante.

Outro ponto importante que não podemos deixar de citar – continua o médico – trata-se da capacidade da elevação dos hormônios da paratireoides associado com os distúrbios do cálcio e fósforo no sangue. “Essa conexão pode induzir a transformação das células musculares dos vasos em células ósseas, provocando calcificação e aumentando o risco de doenças cardiovasculares nos portadores de doença renal crônica”, diz Mário Henriques.

As alterações no metabolismo mineral e ósseo causadas pela DRC podem ser observadas ainda nos estágios iniciais da doença renal e progridem de acordo com o comprometimento da função dos rins doentes. “Essa deficiência de vitamina D causada pela condição pode se fazer presente tanto em pacientes que ainda não fazem diálise como naqueles em terapias dialíticas ou em transplantados renais”, ressalta o nefrologista.

Ainda segundo Mário Henriques, os principais sintomas do distúrbio em pacientes com a DRC são dores ósseas, dores nas articulações, dores musculares, coceiras e fraqueza. Esses pacientes também podem apresentar fraturas ósseas inexplicadas. O diagnóstico é confirmado por meio de exames específicos, com o auxílio de radiografia, tomografia com escore de cálcio, ultrassom ou ecocardiograma.

“É essencial que o paciente com doença renal crônica que, porventura, apresente o distúrbio busque o início imediato de um tratamento adequado. Nesses casos, também se recomenda a manutenção de uma dieta restrita, com controle de fósforo e proteínas, indicada e acompanhada por um profissional de nutrição”, apontou o nefrologista Mário Henriques, da Uninefron.

Topo