
Cuidados com a saúde renal dos idosos precisam ser redobrados
Recife, 10 de junho de 2022
Dos 210 milhões de brasileiros, 37,7 milhões são pessoas idosas, segundo censo do Dieese divulgado no ano passado. O montante corresponde a quase 18% da população. “E com o aumento gradativo da expectativa de vida no mundo, essas pessoas precisarão de muito cuidados, principalmente com a saúde e essencialmente com o possível surgimento de problemas renais”, alerta o nefrologista Rafael Pacífico, da Uninefron.
A insuficiência renal, por exemplo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), pode atingir de 30% a 50% das pessoas com mais de 60 anos. “É natural, com o envelhecimento, haver uma redução do ritmo de filtração glomerular. Com isso, o rim envelhece e diminui sua função”, explica o médico. O processo de envelhecimento está associado também com alterações estruturais e fisiológicas renais que impactam o funcionamento dos rins.
Ainda de acordo com Rafael Pacífico, a redução da função renal torna o idoso mais vulnerável a fatores externos capazes de agredir o rim. A desidratação é um dos exemplos. “A reserva hídrica dos idosos é menor, por isso eles desidratam mais facilmente. Por isso, o ideal é que ocorra maior vigilância na ingestão de líquidos por essa população assegura o nefrologista.
Outros fatores, ainda mais agressivos, precisam de cuidados e tratamentos médicos. “Os principais problemas que atingem a saúde dos rins nos idosos são o descontrole da diabetes, a hipertensão arterial e a obesidade. São doenças que podem levar à perda progressiva e irreversível das funções renais”, afirma Rafael Pacífico.
Por outro lado, continua o nefrologista, outras importantes medidas de prevenção são necessárias. “Evitar o excesso de sal na alimentação, ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, ficar atento à cor e ao aspecto da urina, não fumar e não usar remédios sem orientação médica são ações fundamentais”, destaca.
Fazer exames preventivos, de urina e creatinina, auxilia no diagnóstico e, tão cedo sejam detectadas alterações e seja iniciado o tratamento, maior a taxa de sucesso para resolver o problema. “Quem tem mais de 60 anos precisa consultar o médico regularmente. Isso parece óbvio, mas muitas pessoas não acatam a recomendação e deixam para procurar quando já está mais acometido pela doença renal e, na maioria das vezes, em estágio avançado”, conclui Rafael Pacífico, da Uninefron.