
A infecção urinária requer cuidados para evitar problemas renais
Recife, 03 de junho de 2022
Apesar de ser frequente, aparentemente simples e tratável, a infecção urinária não deve ser encarada com desprezo. A infecção por micro-organismos no trato urinário, que muitas vezes surge de forma assintomática e sem dor, pode acometer órgãos importantes como a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) e os rins (pielonefrite). “Uma infecção urinária parece algo simples, mas pode desencadear uma contaminação generalizada se o tratamento não for feito da maneira adequada. Em casos mais severos, compromete os rins em estágio avançado e pode evoluir para uma doença renal crônica”, alerta o nefrologista Flávio Galindo, da Uninefron.
De acordo com o médico, é justamente nos casos mais graves que a infecção urinária atinge os rins e evolui para uma pielonefrite. “Na cistite, o paciente apresenta dor ao urinar e sensação de sempre estar com a bexiga cheia, com aumento da frequência urinária, porém em pequeno volume. Já na pielonefrite, surgem novos sintomas, como febre, calafrios, náuseas, vômitos e dor na região lombar”. Flávio Galindo chama a atenção para o fato de os sintomas poderem ser confundidos com os da cólica renal.
Mulheres entre 20 e 40 anos e grávidas são as mais afetadas pela infecção urinária, alerta o nefrologista. Já os homens sofrem com a doença mais comumente na infância e depois dos 55 anos. A patologia tem sintomas conhecidos como dor forte ao urinar, necessidade de urinar com frequência, urina escura ou com presença de sangue, dor pélvica, entre outros. “Outras situações especiais devem ser levadas em conta, como segurar a urina, constipação (intestino preso), cálculos renais e doenças da próstata”, ressalta.
A pielonefrite é uma doença potencialmente grave, capaz de levar à perda da função renal. Ela pode ser uma enfermidade aguda ou crônica. No primeiro caso, a infecção bacteriana surge repentinamente e compromete o funcionamento dos rins. “Costuma ser um episódio reversível, mas, se não tratada, pode evoluir para uma doença renal crônica”, explica o nefrologista.
Já na forma crônica, continua explicando o médico, os rins vão perdendo a capacidade de funcionamento aos poucos, por causa de uma doença subjacente – como hipertensão arterial e diabetes tipo 2, por exemplo – ou de infecções agudas repetidas ou mal curadas, que podem levar à falência dos rins. “Por isso, caso haja algum dos sintomas citados, é fundamental que o paciente procure um médico o mais breve possível para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado”, conclui Flávio Galindo, da Uninefron.