
Suplemento de vitamina D em excesso pode ser prejudicial aos rins. Conheça os riscos
Muitas pessoas em isolamento por causa da pandemia do coronavírus apresentaram níveis de vitamina D em déficit, devido à falta de contato com a luz solar. Com isso, esses indivíduos tiveram que recorrer à suplementação da substância. Sobre esse consumo, o médico Mário Henriques, nefrologista da Uninefron, faz uma ressalva: “O excesso da ingestão desse complexo vitamínico, especialmente sem recomendação médica, pode ser perigoso, pois pode prejudicar diretamente os rins”.
O nefrologista esclarece que a vitamina D tem uma função importante no organismo, a de promover o aumento da absorção de cálcio no trato gastrointestinal, elevando a sua presença no sangue, mantendo essa substância em quantidades adequadas para a regulação do metabolismo ósseo, protegendo o sistema osteomuscular de patologias como osteopenia e osteoporose, além de atuar no sistema imunológico e cardiovascular. “Por isso, é fundamental que a vitamina D esteja em níveis corretos. O perigo está no excesso de consumo da substância, sem uma observação delicada dos seus níveis no organismo”, explica Mario Henriques.
“Em excesso, a vitamina D pode provocar o aumento no cálcio do sangue, o que pode facilitar o surgimento de cálculos renais. Em casos extremos de consumo a longo prazo, o indivíduo pode desenvolver a insuficiência renal”, explica o nefrologista. Além dos problemas renais, a intoxicação por vitamina D, provocando o aumento do cálcio no sangue, pode causar fadiga, cansaço e, em quadros graves, confusão mental e coma, especialmente em idosos.
Por outro lado, a falta da vitamina D também pode contribuir na osteodistrofia renal, alteração no metabolismo mineral ósseo, que pode estar presente no portador de doença renal crônica, levando ao aumento do risco de fraturas espontâneas e dores osteomusculares. Para correção e profilaxia destes distúrbios, a recomendação das Sociedades de Nefrologia e Endocrinologia é a manutenção dos níveis adequados de vitamina D”, aponta Mário Henriques.
A vitamina D é ativada quando ficamos expostos ao sol, pois seus estoques estão na pele. “Portanto, é importante tomar banho de sol, diariamente, por alguns minutos no horário da manhã, durante uma caminhada ou mesmo pela janela de casa, para que o organismo consiga produzir a substância em quantidades adequadas”, ressalta o nefrologista.
“Além disso, pode-se consumir alimentos que contêm esse nutriente, como carnes, peixes, frutos do mar, ovo, leite, fígado e cogumelos. Caso seja necessária uma reposição por suplementos, é essencial procurar a recomendação de um profissional e nunca se automedicar”, finaliza Mário Henriques.