Nefrologista fala sobre as doenças renais em pacientes com câncer

Nefrologista fala sobre as doenças renais  em pacientes com câncer

Nefrologista fala sobre as doenças renais em pacientes com câncer

Recife, 22 de outubro de 2021

O câncer, sabe-se, é uma das principais causas de morte em todos os países do mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, a doença esteve em primeiro ou segundo lugar no ranking de óbitos de pessoas abaixo dos 70 anos. Este aumento também está associado à redução das taxas de mortalidade por doenças cerebrais e cardiovasculares, graças ao avanço da medicina, além do envelhecimento e crescimento populacional. O câncer é um desafio não só para o aumento da expectativa de vida, mas para a qualidade, devido à forma agressiva como ataca múltiplos órgãos, entre eles, o rim, como explica o nefrologista Mário Henriques, da Uninefron.

Segundo o médico Mário Henriques, a prevalência de doenças renais em pacientes com câncer é alta. “A apresentação nesse grupo varia bastante, podendo se manifestar como lesão renal aguda (LRA) ou doença renal crônica (DRC), resultado do próprio câncer ou efeito do tratamento, por ser tóxico ao rim, em algumas situações. A lesão renal aguda se caracteriza pela diminuição rápida (durante dias ou semanas) da função renal, causando acúmulo de produtos nitrogenados no sangue”, explica o nefrologista.

Os pacientes oncológicos são mais suscetíveis à LRA pré-renal devido a fatores como a hipovolemia, causada por vômito ou diarreia decorrente das medicações utilizadas na terapêutica do câncer, ou outros como infecções graves e uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, coadjuvantes no tratamento. “A LRA pode evoluir para a DRC, como também costuma acontecer em pacientes sem câncer. As alterações renais que perdurarem por mais de três meses são consideradas como crônicas e deverão ser acompanhadas pelo nefrologista, visando a medidas de proteção renal para retardar a progressão desta síndrome”, afirma Mário Henriques.

É importante que, durante o tratamento, o nefrologista e o oncologista conversem para que sejam definidas as opções de tratamento com maior eficiência e menor toxicidade, sendo compartilhada com o paciente e seus familiares a tomada de decisão quanto ao tratamento oncológico e os riscos. Hoje o arsenal de terapias oncológicas é bastante extenso, podendo, na maioria dos casos, individualizar o esquema quimioterápico, visando ao menor dano aos outros órgãos, entre eles os rins”, diz o nefrologista da Uninefron.

 

 

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