Insuficiência renal na gestação: os cuidados com a mãe e o bebê
Mulheres com insuficiência renal ou outras doenças nos rins podem apresentar infertilidade ou dificuldade para engravidar, pois nessas condições os órgãos produzem menos hormônios reprodutivos e diminuem a qualidade dos óvulos, dificultando a preparação do útero para a gestação. No entanto, Flávio Galindo, médico nefrologista da Uninefron, explica que ainda é possível gerar uma criança, desde que cuidados específicos sejam tomados.
Ainda de acordo com o médico, a gestação ocasiona o aumento na quantidade de líquidos e sangue no organismo, o que pode aumentar a pressão sobre os rins, fazendo com que trabalhem em excesso. “As gestantes que já possuíam doença renal antes da gravidez podem ter um agravamento do quadro, então é essencial manter um acompanhamento nefrológico para saber como anda o funcionamento dos rins durante todo o período gestacional”, alerta Galindo.
Problemas renais na gestação podem aumentar os riscos de pré-eclâmpsia, parto prematuro, atraso no crescimento e no desenvolvimento do recém-nascido e até mesmo a interrupção da gravidez. “Por isso sempre aconselhamos que essas pacientes avaliem os riscos antes de engravidar, para saber qual a melhor forma de proteger a saúde delas e a dos bebês”, esclarece o nefrologista.
A recomendação se estende para mulheres que estejam em tratamento dialítico ou que apresentem qualquer outro problema no rim. Além disso, a presença de outras doenças crônicas, como diabetes, diabetes gestacional ou hipertensão, deve servir de alerta para o acompanhamento dessas pacientes.
“Pacientes com doença renal crônica em estágios iniciais podem engravidar, desde que tenham a pressão arterial normal e pouca quantidade de proteínas na urina. Tudo isso deve ser analisado via exames periódicos no pré-natal e em consultas com o obstetra, para garantir que não surjam alterações consideráveis nos rins”, diz Galindo.
O médico também explica que pacientes com quadros avançados da doença devem esperar para iniciar uma gestação. “Em casos muito graves, a gravidez geralmente só é indicada após um transplante do rim ou quando não existirem mais sinais de comprometimento renal há pelo menos dois anos”, avalia Flávio Galindo.