Excesso de proteína pode prejudicar os rins
Os alimentos ricos em proteínas são nutrientes que possuem uma importante função no organismo, na formação de células, na renovação dos músculos e dos tecidos. No entanto, a ingestão em demasia desses produtos pode prejudicar a função renal. De acordo com a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron, o risco está na ureia, uma substância produzida pelo fígado como resultado do metabolismo das proteínas provenientes da alimentação. “Após metabolização, o acúmulo em excesso dessa substância pode favorecer a formação de cristais de ácido úrico, cálculos renais e até crise de gota”, explica.
Ainda segundo a especialista, indivíduos saudáveis não precisam eliminar ou fazer reduções drásticas de proteína da alimentação, mas é preciso ter cautela para evitar problemas a longo prazo. “Já em pacientes com doenças renais, esse excesso pode sobrecarregar os rins já doentes, aumentar a taxa de filtração e acelerar o desenvolvimento de doenças crônicas”, alerta Ângela Santos.
Nos últimos anos, a dieta hiperproteica ganhou muitos adeptos, especialmente entre pessoas que praticam exercícios físicos, pela capacidade de acelerar a perda de peso e o ganho de massa muscular. Ângela Santos esclarece que, antes de iniciar um regime dessa natureza, é preciso consultar um médico e um nefrologista, pois a dieta pode ser extremamente perigosa caso o indivíduo já possua uma doença renal, que muitas vezes pode ser silenciosa e sem sintomas.
As carnes vermelhas são os alimentos mais associados a grandes quantidades de proteína, mas outros produtos também possuem alto teor da substância. É o caso de peixes, ovo, leite, queijo, iogurte, feijão, ervilha e soja, que possuem alta concentração de proteínas. A nefrologista ressalta que não é preciso eliminar esses ingredientes das refeições, mas que o ideal é consumi-los em proporções adequadas. “As proteínas são importantíssimas para o corpo, mas devemos combiná-las com outros tipos de alimentos para que a refeição esteja completa. Pode-se, por exemplo, evitar o consumo de carne bovina diariamente, alternando com frango, porco e peixe”, diz Ângela Santos.
A médica também alerta que, além de provocar distúrbios renais, o excesso de proteínas também pode aumentar o peso e o risco de doenças cardiovasculares e do fígado. Para evitar complicações, é fundamental ter moderação. Ângela Santos ainda alerta: “Cada pessoa deve consumir uma quantidade individualizada de proteína, de acordo com seu peso, idade, histórico de doenças familiares, prática de exercícios físicos, entre outros fatores”.