
Com o aumento do calor, é fundamental manter o corpo hidratado para não sobrecarregar os rins
Recife, 26 de novembro de 2021
Com o aquecimento global em evidência e a temperatura média, principalmente no Nordeste brasileiro, aumentando a cada dia que se aproxima do verão, é preciso ficar alerta. O planeta ferve e isso gera preocupação, entre outros fatores, para as doenças nos rins, provocadas pela desidratação. “O calor intenso e a falta de ingestão correta de água comprometem a saúde renal, principalmente nos idosos. “O consumo de líquidos é uma das principais recomendações médicas para prevenir o surgimento de pedras nos rins e crises de cólica renal, principalmente nesta época do ano”, afirma o nefrologista Mário Henriques, da Uninefron.
Nos dias mais quentes, a transpiração aumenta e o corpo perde mais água. “Quando não há reposição da hidratação, ocorre o acúmulo de elementos que podem levar à precipitação de cristais, prejudicando o funcionamento renal. Por isso, a desidratação é tão perigosa para os rins”, continua o nefrologista. A propensão para surgimento de cálculos é maior no período das altas temperaturas. Os sintomas das pedras nos rins podem variar e vão desde o aumento da frequência para ir ao banheiro e pequenos desconfortos para urinar até dores intensas localizadas na região lombar, podendo irradiar para os testículos no homem, e associar-se a náuseas e vômitos.
Ainda de acordo com o médico, a água corresponde a cerca de dois terços do nosso peso corpóreo, sendo que apenas 8% do total se encontram na corrente sanguínea. No entanto, apesar de ser um volume relativamente pequeno, é muito importante manter esse peso constante para o bom funcionamento do corpo, principalmente durante os dias mais quentes. “Para manter esse equilíbrio, os indivíduos saudáveis, com função renal normal, devem tomar água de acordo com o peso corporal. O cálculo indicado seria 35ml multiplicados pelo peso. Por exemplo: um indivíduo de 50kg precisa tomar 1,750 ml para evitar a desidratação e também a formação de cálculos renais”, ressalta Mário Henriques.
Os idosos requerem uma atenção especial
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a insuficiência renal pode atingir de 30% a 50% dos idosos com mais de 65 anos, percentual que corresponde a 10% da população brasileira. Segundo Mário Henriques, o processo natural do envelhecimento traz consigo a redução do ritmo de filtração glomerular, geralmente iniciada após os 40 anos de idade. “Ou seja, o rim também envelhece e diminui sua função, levando a transtornos tubulares com tendência a hiponatremia (sódio baixo no sangue) e anemia, pela redução da produção de eritropoetina, que estimula a medula a produzir os glóbulos vermelhos”, esclarece o nefrologista.
O médico também alerta: “Por apresentar a diminuição da função renal, o idoso torna-se mais vulnerável a fatores externos que podem acometer o rim. Um desses fatores que contribuem para o agravamento da doença é a carência de ingestão de água. Os idosos desidratam-se facilmente porque possuem reserva hídrica menor, além de não sentirem sede e, consequentemente, beberem pouca água”, garante Mário Henriques.
Como identificar que seu corpo precisa ser hidratado
Sobre a desidratação, Mário Henriques afirma que qualquer pessoa pode identificar tal quadro e saber quando seu corpo precisa de água. “Sede constante, fadiga, constipação, mau hálito, pele ressecada, dores de cabeça e redução no volume de urina são possíveis sinais. Neste caso, é indicado procurar um especialista para obter o diagnóstico e a prescrição de um tratamento adequado”.
Durante a prática de exercícios de esforços intensos, o cuidado também deve ser ampliado. “Especialmente quando forem realizados ao ar livre e expostos ao sol, é imprescindível que se mantenha a hidratação corporal com água, água de coco, sucos naturais, isotônicos e bebidas leves”, explica o nefrologista, lembrando que, “para os pacientes com problema renal, a ingestão de líquidos deve ser prescrita pelo nefrologista que acompanha o tratamento, inclusive a orientação sobre quais são os sucos e outras bebidas permitidos”, concluiu Mário Henrique