A importância da educação nutricional em pacientes com doença renal crônica
Manter a avaliação do estado nutricional durante o tratamento da doença renal crônica é essencial para a saúde do paciente. “Durante todas as fases da enfermidade, o indivíduo precisa ser acompanhado por profissionais que possam identificar marcadores bioquímicos, consumo alimentar e capacidade funcional para evitar a progressão da doença”, alerta a médica Vivianne Pinheiro, nefrologista da Uninefron.
“Sabemos que, uma vez desenvolvida, a doença renal crônica ocorre a perda progressiva da função dos rins até evoluir com a necessidade de realizar a diálise. Independentemente do estágio em que se encontre, é preciso um acompanhamento de perto pelo nefrologista e pelo nutricionista para retardar essa progressão”, aponta Vivianne Pinheiro.
A nefrologista explica que, geralmente, cada paciente necessita de orientações individualizadas quanto à alimentação, de acordo com o estágio da insuficiência renal, outras doenças associadas e estilo de vida. Em todos os cenários, porém, a preconização é de que o paciente siga uma rotina saudável e mantenha um acompanhamento dos exames laboratoriais e da evolução clínica. Como exemplo, a obesidade está associada a uma perda mais rápida da função renal, sendo a perda de peso muito importante na doença renal crônica.
De forma geral, de acordo com Vivianne Pinheiro, é necessário ter cuidados quanto à ingestão proteica, com restrição parcial de alguns alimentos ricos em fósforo e potássio. Essa orientação deve ser feita pela nutricionista em conformidade com o grau da insuficiência renal. “A redução da ingestão de proteína pode retardar a progressão do declínio da função renal, porém muitos pacientes podem desenvolver desnutrição. Os exames laboratoriais devem ser acompanhados e o peso deve ser monitorado, portanto é necessário seguimento ambulatorial, para controlar e identificar os possíveis danos”, diz a nefrologista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, as dietas para os pacientes com doença renal crônica requerem toda uma atenção específica. Recomenda-se que o consumo de proteínas deve ser calculado conforme o peso e estágio da doença, a ingesta de sódio reduzida e a orientação da ingesta hídrica ideal conforme o grau de insuficiência renal.
“O objetivo dessas dietas é retardar a progressão da doença e manter o estado nutricional até a necessidade de iniciar o programa de diálise, se for necessário. Mas vale destacar que qualquer tipo de dieta só pode ser orientado por um nutricionista, de preferência aqueles que possuem experiência no trato de patologias renais”, alerta a médica Vivianne Pinheiro.
Publicado em 23 de julho de 2021