Exercícios físicos em excesso e sem supervisão podem prejudicar os rins
Praticar exercícios físicos é uma recomendação sempre relacionada a hábitos saudáveis. No entanto, quando realizadas em excesso, de forma indiscriminada ou sem a supervisão de um profissional de educação física, essas atividades podem sobrecarregar o organismo e prejudicar órgãos importantes, como os rins. O nefrologista da Uninefron Mário Henriques explica como o esforço em excesso pode resultar em lesões renais.
“O aumento da temperatura corporal, comum durante a prática de exercícios físicos, pode aumentar a produção de suor e favorecer o surgimento da desidratação, e com isso, diminuição do fluxo sanguíneo renal, podendo lesionar esses órgãos. Caso não haja reposição de água adequada, poderá ocorrer a redução da filtração realizada pelos rins”, explica Mário Henriques.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, em uma prova de corrida com maratonistas profissionais, 82% deles sofreram lesão renal aguda de estágio 1, associada à desidratação, mesmo acostumados a treinar por consecutivas horas. “Nessa condição, os rins não conseguem filtrar os resíduos presentes na corrente sanguínea”, explica o médico.
A pesquisa mostrou que os rins dos participantes da prova se recuperaram completamente em até 72 horas após a corrida, mas Mário Henriques faz um alerta. “É preciso dizer que, em pacientes normais, os chamados ‘atletas de fim de semana’, os impactos de um esforço fora do comum podem fazer com que essa reversão não aconteça, desencadeando complicações que podem resultar na evolução do quadro e até a necessidade da realização de hemodiálise, em casos mais graves”, orienta.
Para garantir que os exercícios físicos sejam feitos de forma correta, o indicado é procurar um profissional de educação física ou fazer caminhadas e corridas de forma moderada, assim como evitar excesso de esforço nas partidas de futebol e outros esportes com os amigos. “E lembre-se: é importante manter a hidratação com água e bebidas leves durante todas as atividades”, concluiu Mário Henriques.