Coronavírus: pacientes nefrológicos pertencem ao grupo de risco e devem se prevenir
Em comunicado, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) informa que pacientes em diálise não devem parar o tratamento ou diminuir o tempo de sessões.
Pacientes com doenças renais crônicas se enquadram no grupo de risco do Covid-19. Isso acontece porque eles apresentam baixa imunidade, pela própria doença em si, que normalmente se associa a doenças crônicas e degenerativas, fatores que podem propiciar e agravar a infecção pelo novo coronavírus.
O nefrologista da Uninefron Flávio Galindo explica o que acontece no organismo de pacientes renais que contraem o coronavírus.
“Por terem uma imunidade mais baixa do que pessoas saudáveis, o quadro de infecção desse grupo pode ser mais intenso, já que o vírus pode ser replicado em maior número dentro do organismo, e evoluir com mais gravidade. Nesse cenário, os sintomas do Covid-19 podem ser mais agressivos e as complicações respiratórias podem ser mais sérias”, explica o especialista.
As complicações acontecem porque, quando acometidos por uma doença renal, esses pacientes, além da imunossupressão deixam de produzir hormônios que contribuem para a formação de glóbulos vermelhos. Nessa condição, o indivíduo pode apresentar anemia, e agravar o quadro de pneumonia encontrado nos casos graves desencadeados pelo novo coronavírus.
“Por isso, é importante que os pacientes renais sigam à risca as diretrizes das autoridades de saúde para diminuir os riscos de contaminação, ficando em casa o máximo possível, evitando aglomerações e lavando frequentemente as mãos com água e sabão por, pelo menos, 20 segundos. Também é recomendado atualizar suas vacinas e evitar visitas desnecessárias a hospitais”, recomenda Galindo.
Alerta
Em comunicado, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) informa que pacientes em diálise não devem parar o tratamento ou diminuir o tempo das sessões. “As sessões devem continuar, mas é preciso tomar alguns cuidados. Pessoas com infecção confirmada pelo coronavírus não devem compartilhar áreas comuns com outros pacientes durante as sessões, incluindo sala de espera e banheiros. Além disso, devem usar máscaras cirúrgicas, quando sintomáticos, e receber acompanhamento sempre do mesmo pessoal técnico durante seu atendimento”, afirma o nefrologista da Uninefron.
Em caso de suspeita ou confirmação de contaminação pelo novo coronavírus, recomenda-se que o paciente entre em contato prévio com a clínica em que realiza o tratamento para receber instruções adequadas antes de se dirigir imediatamente ao tratamento. “Além dos pacientes nefrológicos, também se enquadram no grupo de risco pessoas idosas, fumantes, portadores de doenças respiratórias, como asma, doenças cardiovasculares e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, lembra o médico Flávio Galindo.