Automedicação pode gerar riscos para a saúde renal
“O uso indiscriminado de remédios, sem receita médica, pode ser extremamente perigoso e prejudicial aos rins”. O alerta é do médico Flávio Galindo, nefrologista da Uninefron. Ele explica que portadores de doenças renais devem ter um cuidado redobrado e que até as medicações aparentemente inofensivas, como comprimidos para dor de cabeça, devem ser administradas com cuidado, sob risco de gerar efeitos controversos no organismo.
O especialista esclarece que a cultura da automedicação pode acarretar graves riscos para a saúde de todo o corpo, pois muitos remédios possuem substâncias nefrotóxicas que podem levar à redução da função renal. “Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, antibióticos e anti-hipertensivos são os mais perigosos para os rins”, garante Galindo.
“Analgésicos comuns amplamente utilizados para aliviar dores na cabeça e no corpo podem ser prejudiciais para a função renal, pois alguns deles podem interferir na hemodinâmica dos rins, causando retenção de fluidos e danos nesses órgãos previamente saudáveis”, aponta o nefrologista, ao lembrar que doenças renais associadas à automedicação podem ser assintomáticas no início, o que aumenta o risco de complicações futuras.
Segundo Flávio Galindo, casos graves de problemas renais causados pela nefrotoxicidade dos fármacos podem apresentar sintomas como diminuição da produção de urina, retenção de líquido, inchaço nos membros inferiores, fadiga, confusão mental, náusea e vômitos.
Outras substâncias ingeridas com naturalidade pela população, como suplementos de vitamina D e vitamina C, também podem ser perigosos. “A vitamina D pode aumentar o nível de cálcio no sangue, enquanto a vitamina C, quando em altas doses, pode facilitar o surgimento de cálculos renais”, acrescenta o nefrologista.
Outro alerta dado pelo especialista é direcionado para pacientes renais. “Indivíduos portadores de doenças renais devem ter um cuidado redobrado ao utilizar qualquer medicação, para minimizar os riscos de um agravamento do quadro”, recomenda, acrescentando que “a prescrição de medicamentos deve ser feita por um profissional capacitado, que fará o diagnóstico preciso para cada caso, indicando qual a dosagem e substância corretas para cada paciente”, finaliza Flávio Galindo.