Você sabia que a automedicação pode afetar a saúde renal?

Os rins são responsáveis pela filtração do sangue, com a eliminação de substâncias tóxicas presentes no organismo, que derivam do nosso metabolismo, como a ureia e a creatinina, assim como regulam o volume de água e eletrólitos, equilibrando a concentração do sódio e potássio entre outros. Os órgãos também impedem que proteínas importantes sejam eliminadas nesse processo, além de produzirem hormônios fundamentais ao funcionamento do corpo humano, como para o controle da anemia e da saúde óssea.
As doenças renais associadas à automedicação podem ser inicialmente assintomáticas, e costumam ser diagnosticadas em suas fases mais tardias. No entanto, em casos mais graves resultantes da nefrotoxicidade desses fármacos, os pacientes podem apresentar sintomas como diminuição da produção de urina, retenção de líquido, inchaço nos membros inferiores, fadiga, confusão mental, náusea e vômitos.
Segundo Ângela Santos, o consumo excessivo e a longo prazo de alguns anti-inflamatórios não esteroides, antibióticos, anti-hipertensivos e analgésicos têm a capacidade de afetar o bom funcionamento dos rins. “É muito importante que a população entenda que há graves riscos para a saúde de todo o corpo, com essa cultura brasileira de automedicação. Para o paciente renal, esse cuidado deve ser redobrado, pois há substâncias nefrotóxicas presentes em alguns remédios, que podem acelerar a perda funcional renal, levando a progressiva disfunção e necessidade de terapia dialítica. No Brasil, visando o controle da venda de antibióticos, e para evitar as complicações da automedicação, tais como resistência antimicrobiana e nefrotocixidade foi criada pela ANVISA a resolução RDC 44 desde 26 de outubro de 2010. Existe projeto de se instituir também o controle da venda dos anti-inflamatórios, evitando a compra e uso indiscriminado desses fármacos na prática diária, com tanto potencial de dano renal. Portanto, a prescrição de medicamentos deve sempre ser feita por um profissional capacitado, que fará o diagnóstico preciso, indicando qual a dosagem e substância corretas para cada paciente, que serão determinantes para a restauração da saúde”, ressalta a nefrologista.