Excesso de suplementos podem ser perigosos
Ingerir os chamados “suplementos alimentares” sem acompanhamento médico pode causar problemas graves à saúde
O desejo de emagrecimento e a busca pelo “corpo perfeito” têm levado grande parte da população às academias e aos centros de estética. E para alcançar essa meta, muitos utilizam métodos perigosos, como o uso indiscriminado de suplementos vitamínicos, conhecidos popularmente como suplementos alimentares, vendidos abertamente em lojas, farmácias e pela internet, e difundidos indevidamente entre os usuários de academias de ginástica.
A nefrologista Ângela Santos, diretora fundadora da Uninefron, alerta para essa “aparência inofensiva” de estimulantes, termogênicos e proteínas isoladas encontrados no mercado. “A Creatina e a Vitamina D, que estão presentes na maioria desses suplementos, são bastante utilizadas por atletas para aumentar o desempenho. Mas alguns estudos atuais indicam que a ingesta dessas substâncias em doses altas, e por tempo prolongado, pode estar relacionada ao aumento do risco de desenvolver um quadro agudo de lesão renal (nefrite intersticial), diabetes insípido nefrogênico, com quadro de poliúria (elevada diurese), além da polidipsia (elevação da sede), insuficiência renal aguda e calcificação renal. Isso se torna mais grave em pacientes com histórico renal ou que tomam drogas nefrotóxicas (como anti-inflamatórios), porque a sobrecarga proteica leva à evolução mais rápida da perda da função renal, que será potencializada pela isquemia nefrotóxica decorrente do uso de anti-inflamatório”, completou a nefrologista.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recentemente, iniciou o processo de regulamentação dos suplementos no Brasil, atualmente não prevista na legislação sanitária brasileira, já que não possui um controle definitivo do que é fabricado ou vendido. A Anvisa também reforça que o uso desses produtos deve ser recomendado por profissional especializado, nutricionista ou médico.