
Nefrologistas alertam que diabéticos devem ficar atentos para a nefropatia diabética
No mês de prevenção ao Diabetes (14 de novembro, Dia Mundial da Diabetes), os nefrologistas -médicos especialistas que cuidam da saúde dos rins – fazem um alerta sobre a nefropatia diabética, uma das complicações mais graves do diabetes. “A nefropatia diabética age de forma lenta e insidiosa, causando alteração nos vasos sanguíneos dos rins, o que provoca à perda de proteína por meio da urina. E isso evolui com perda progressiva de suas funções lentamente, até a sua paralisação por completo”, enfatiza a nefrologista e sócia da Uninefron, Ângela Santos.
Ainda de acordo com a nefrologista, os primeiros sinais apresentados nos exames laboratoriais só são visíveis entre 10 e 15 anos após o início do estado hiperglicêmico não controlado efetivamente. “Nos pacientes diagnosticados com diabetes tipo 1 e tipo 2, os sintomas da doença renal são semelhantes. Costuma-se identificar os mesmos organismos fisiopatológicos, evolução e tratamento. Portanto, é fundamental que o paciente diabético tenha um maior cuidado com a sua saúde renal. O controle glicêmico ruim e a presença de hipertensão arterial estão entre os principais fatores de risco do avanço da doença. A nefropatia diabética tende a ter um caminho progressivo, levando ao agravamento progressivo da função renal, com necessidade eventual de terapia renal substitutiva (TRS)”, explica Ângela Santos.
Fases– A nefropatia diabética é classificada em três fases: a hiperfiltração, a microalbuminúria e a macroalbuminúria (também denominada proteinúria clínica). Elas têm sintomas clínicos, laboratoriais e histológicos distintos, bem como potencial de reversibilidade dessemelhante.
“A primeira fase (hiperfiltração), apesar de extensa, pode ser revertida com o controle metabólico rigoroso da glicemia e da pressão arterial. Na segunda fase (microalbuminúria), há uma maior vulnerabilidade de um comprometimento da função renal, mas não em todos os pacientes. Já a terceira fase (macroalbuminúria) reúne danos histológicos ainda mais graves. Neste último, infelizmente, não há mais a possibilidade da reversão do quadro. A situação é irreversível e as ações terapêuticas servem apenas para a desaceleração do processo progressivo da doença”, conclui a nefrologista Ângela Santos.
Por isso, o acompanhamento e rastreamento nos pacientes diabéticos, visando a prevenção da nefropatia será sempre a melhor estratégia. Para tal devemos solicitar, de forma sistemática, a mensuração do clearance e macroalbuminúria, assim como um sumário de urina e taxas renais como ureia e creatinina, visando o diagnóstico precoce e medidas de orientações e terapêuticas necessárias a prevenção e progressão da nefropatia diabética.