Infecção Urinária na Gravidez

No caso da infecção do trato urinário (ITU), a terceira intercorrência clínica mais comum na gestação, cerca de 10 a 20% das grávidas podem apresentar o quadro. A infecção pode ser apresentada por cistite (em média de 9% dos casos) ou pielonefrite (infecção mais grave, que atinge os rins e ocorre em média em 2% dos casos).
De acordo com a nefrologista e diretora da Uninefron, Ângela Santos, a urina da mulher grávida contém mais nutrientes como glicose e aminoácidos, o que propicia um meio de cultura mais rico para proliferação e crescimento de bactérias.
“Essas toxinas liberadas pelas bactérias, levam à contração do útero podendo desencadear um trabalho de parto prematuro, diminuição do crescimento fetal intrauterino (recém-nascidos com baixo peso), aborto, aumento da incidência de anemia, hipertensão gestacional e até morte fetal e materna, por sepsis. Há risco ainda de desencadear aumento de pneumonias e asma na infância”, explicou a médica sobre os riscos que a ITU pode trazer à saúde da mulher e do bebê.
O aparecimento dos sintomas depende do quadro apresentado pela paciente. Se for por cistite, a gestante pode não apresentar sintomas ou evoluir com dor, ardor, polaciúria (desejo frequente de urinar) e hematúria (alterações na cor da urina). Já no caso de uma pielonefrite, a grávida pode apresentar náuseas, vômitos, febre, calafrios, dor lombar e urina turva.
O diagnóstico é feito por avaliação e acompanhamento clínico frequente da gestante e confirmado por exames de urina como o Sumário de Urina e Urocultura, que na gestante devem ser realizados a cada três meses.
Se necessário, também pode ser feita uma ultrassonografia visando detectar mais complicações anatômicas. “O tratamento deverá ser através de antibióticos que não tragam riscos para o feto, e o mais precoce possível, para evitar as complicações. E não se automedicar, pois nesses casos aumenta os riscos de complicações tanto para a mãe quanto para o bebê”, afirma Ângela Santos.
A médica explica que a prevenção da doença se dá através da monitorização e vigilância no diagnóstico de episódios de ITU. No pré-natal devem ser realizados exames frequentes, visando o diagnóstico precoce e o tratamento mais rápido possível. “Orientamos uma maior ingestão de água, uma atenção redobrada coma higiene e evitar a retenção de urina”, informa a nefrologista.